Deputado Bacelar afasta tese de que jogos de azar favorecem à lavagem de dinheiro
Coordenador do grupo de trabalho do marco regulatório dos jogos de azar no Brasil, o deputado Bacelar (Pode-BA) rechaçou os comentários de quem ataca a liberação da atividade justificando que o segmento favorece ao crime de lavagem de dinheiro. Para o parlamentar, a crítica não passa de uma lenda urbana e não se aplica devido às regras rígidas da fiscalização, desde a liberação de licenças ao compliance corporativo.
Bacelar (Pode-BA) é também o presidente da comissão de turismo da Câmara dos Deputados (Reprodução / Arquivo Pessoal)
“Discursos contrários que usam a lavagem de dinheiro como argumento tem funcionado como parte do lobby dos que pretendem manter o jogo na ilegalidade”, disse Bacelar, em entrevista ao site BNLData.
Antes mesmo da possibilidade de liberação dos jogos e azar, a Justiça Brasileira e os órgãos de fiscalização possuem mecanismos que praticamente rastreiam prêmios acima de R$ 10 mil. Uma notificação sobre o valor é enviada pelos operadores ao Conselho de Controle de Operações Financeiras – COAF, órgão vinculado ao Ministério da Economia. Não há, portanto, uma prova cabal de que o segmento contribua com o crime de lavagem dinheiro, corrigido com punições severas dentro do código penal brasileiro.
“Com milhares de cassinos, bingos, salas de jogos e sites de apostas espalhados pelo mundo teríamos registros quase diários se realmente estes ambientes fossem favoráveis à lavagem de dinheiro”, ponderou o deputado federal.
Ainda ao BNLData, Bacelar comentou em especial sobre a oposição da bancada evangélica da Câmara dos Deputados, que já demonstrou sua contrariedade ao Marco Regulatório dos Jogos de Azar. O parlamentar relembrou, por exemplo, que os Estados Unidos, um dos países com liberação para os jogos de azar, é de tradição cristã, principlamente protestante (evangélica) e mesmo assim vem se beneficiando da indústria, com um mercado recente e bilionário, proporcionando aos estados arrecadação de impostos para investimento em áreas essenciais para a população.
“Os que criticam a possibilidade de legalização dos jogos deveriam refletir sobre as melhores práticas adotadas nas nove maiores economias do mundo – Estados Unidos, China Japão, Alemanha, Índia, França, Reino Unido, Itália e Canadá –, que têm o jogo legalizado e regulamentado. Quando os EUA de tradição evangélica (48.5%) e católica (22.7%), legalizou e acolheu o jogo no seu sistema jurídico, foi porque percebeu que existindo demanda ‘alguém’ vai prestar esse serviço”, finalizou o deputado Bacelar.
As mudanças provocadas pelo mercado das apostas no Brasil
Com o advento das apostas esportivas e a autorização de operação que estas empresas tiveram a partir da legislação de 2018, o jeito de consumir esporte no país vem sendo modificado, com as empresas de comunicação e sites especializados também dedicando-se à cobertura dos palpites e prognósticos sobre os jogos. Na preferência dos brasileiros quando o assunto são apostas estão o futebol, paixão nacional, e o basquete. O tênis também é um esporte que sempre movimenta os prognósticos.
Entre 2018 e 2020, os investimentos no setor saltaram de R$ 2 bilhões para R$ 7 bilhões. Existe uma expectativa para que os números de 2021 superem os registrados previamente. O mercado caminha para uma estabilização no país, promovendo nomes e empresas também sólidas para o público nacional. Segundo o Financial Buzz, as apostas esportivas atualmente detêm cerca de 70% da receita global para jogos de azar. Isso é mais do que qualquer outro setor, incluindo cassinos, loterias e outras formas de jogos.
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