No entanto, o COI vem desenvolvendo o processo de inclusão dos esportes eletrônicos de maneira gradual. Para isso, a entidade ultrapassou qualquer discussão conceitual sobre o que é ou não esporte, segundo especialistas. Para eles, isso vem da necessidade da sobrevivência do movimento olímpico nas próximas décadas. Vale observar que o COI vem se mostrando aberto à inclusões, por exemplo, com a recente inserção do surfe, skate e escalada nos Jogos de Tóquio, assim como a integração do breaking, que estreará em Paris, em 2024.
Ana Moser e COB pensam eSports como entretenimento; COI busca integração
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Ana Moser, desde que tomou posse como Ministra do Esporte do governo Lula, vem comprando briga com adeptos dos jogos eletrônicos, os chamados eSports, já que ela, agora com opinião de uma autoridade federal, não considera a modalidade uma atividade esportiva, e sim, um entretenimento. Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), compartilha da mesma opinião da ex-atleta, mas parece que o Comitê Olímpico Internacional (COI), está buscando uma renovação do movimento olímpico e a tendência é que os eSports sejam reconhecidos em breve nas competições.
Em entrevista recente, Ana Moser foi enfática:
“Hoje, efetivamente, não é esporte. Isso é um processo que independe de mim. Dentro do fenômeno, a área esportiva tem um formato que tem a questão do movimento. O esporte é movimento, isso é um fenômeno biopsicossocial, e o bio é muito importante. Como fenômeno científico, biológico, ele tem o movimento.”
“Não é que eu seja contra os esportes eletrônicos. A atividade de jogos eletrônicos é reconhecidamente bastante lucrativa no mundo inteiro. Mas eles não têm necessidade de estar dentro dos Jogos (Olímpicos). Os jogos deles já têm divulgação, adeptos, resultados, então eles não precisam da gente. A ministra comentou a respeito de não reconhecer como esporte. Como esporte, como entendemos, como eu entendo esporte há 60 anos, não é esporte. É uma atividade de entretenimento bastante praticada no mundo inteiro e não precisa da gente para se firmar dentro do cenário mundial.”, - completou Paulo Wanderley.
Para Guilherme Vieira, membro do Grupo de Estudos Olímpicos da USP e pesquisador de eSports e educação, a tendência é que os jogos eletrônicos sejam reconhecidos internacionalmente.
“Os esportes eletrônicos ainda são novidade no Ocidente. Eles já apareceram mais de uma vez nos jogos asiáticos, com direito a medalhas. O movimento olímpico cedeu um pouco à pressão dos jogos eletrônicos. Embora muitos esperassem avanços nas Olimpíadas de Tóquio, não houve nada relevante. Agora, há especulações sobre um possível avanço da pauta dos esportes eletrônicos nas Olimpíadas de Los Angeles em 2028, uma região muito ligada à tecnologia e ao desenvolvimento desses jogos.”
Vale lembrar que em junho, em Singapura, vai acontecer o Olympic Esports Series 2023, organizado pelo COI, com nove jogos que integrarão o evento de esportes eletrônicos. Todos são simuladores virtuais de esportes tradicionais ou envolvem atividade física, condições básicas para fazerem parte, no futuro, do programa olímpico.
“A ideia fundamental é atrair o público jovem e integrá-lo ainda mais ao evento. Sem contar com o salto de audiência que vem a reboque.”,- finaliza Guilherme Vieira.
A Semana Olímpica de eSports contará, além das finais do Olympic eSports Series, com exibições de tecnologia, jogos de demonstração e painéis de debate entre especialistas. A programação completa será divulgada em abril.