ANJL se manifesta após governadora dizer que bets são fontes de lavagem de dinheiro
A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) emitiu um comunicado oficial sobre a fala da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, sobre o setor de jogos e apostas esportivas.
De acordo com a política, existiria uma forte atuação do crime organizado nas bets, que iria além das apostas em futebol. Lyra também disse que quadrilhas usam as plataformas como formas fáceis para lavagem de dinheiro e outros tipos de infrações.
Em posicionamento, a ANJL destacou que as declarações da governadora são "extremamente graves". A Associação ainda ressaltou que é preciso “diferenciar as empresas de apostas esportivas e jogos on-line, que atuam com licença, e os sites ilegais, que sem autorização para funcionar, não fazem recolhimento tributário para a União, estados e município e representam uma ameaça para todos os apostadores e, em especial, para o público infantil, porque o acesso às apostas é feito sem nenhum tipo de restrição”.
As falas de Lyra aconteceram durante assembleia do Consórcio Nordeste e foram replicadas na coluna do jornalista Lauro Jardim, realizada na última semana.
"O problema é que, quando olham para as bets, o foco principal é a arrecadação. Mas essa não pode ser a única preocupação. Precisamos de um olhar atento para a segurança pública, senão corremos o risco de institucionalizar a atuação das organizações criminosas. (sic) Já sabemos que há uma atuação muito forte do crime organizado nas bets, indo muito além da questão dos jogos e apostas em futebol”, disse Raquel Lyra.
Veja, na íntegra, a nota da ANJL sobre as declarações da governadora de Pernambuco:
"A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) considera graves as acusações da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que, durante fala na 1ª Assembleia Geral do Consórcio Nordeste em 2025, ocorrida em Brasília, na semana passada, associou o setor de casas de apostas e jogos on-line, que é regulamentado, fiscalizado e monitorado pelo Ministério da Fazenda, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado.
A ANJL reforça a importância de se diferenciar as empresas de apostas esportivas e jogos online que, atuam com licença, e os sites ilegais, que sem autorização para funcionar, não fazem recolhimento tributário para a União, estados e município e representam uma ameaça para todos os apostadores e, em especial, para o público infantil, porque o acesso às apostas é feito sem nenhum tipo de restrição.
A Associação concorda com a governadora que este é um mercado novo, com diversas empresas espalhadas pelo país e até internacionais e que problemas devem, sim, ser combatidos. Mas o caminho não é por meio de ataques genéricos contra todo o setor, que gera emprego, renda e vem se modernizando. A ANJL coloca-se à disposição da governadora e do consórcio para demonstrar as inúmeras boas práticas que vêm sendo aplicadas pelo setor regulado pelo Ministério da Fazenda, de modo que fique claro que os esforços de todos nós devem se concentrar nas bets ilegais e que não seguem os rigorosos critérios de compliance e governança.
A ANJL ressalta ainda que vem trabalhando para levar conhecimento a toda população sobre a necessidade de se divertir em casa licenciadas e evitar os sites ilegais. O setor regulado, ao contrário do ilegal, estima gerar 60 mil novos empregos e mais de R$ 20 bilhões em receitas tributárias anuais para o país. Por fim, a ANJL reforça ainda que todos os cidadãos que tiverem conhecimento de casas ilegais têm o dever de informar às autoridades competentes para apuração dos fatos".
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)