BRB e Santa Casa de Lisboa firmam parceria para explorar loterias no DF
A Betnacional é patrocinadora de vários clubes brasileiros e ganhou muito espaço entre os apostadores, principalmente os recreativos, já que o depósito mínimo via PIX é de apenas 1 real
O Distrito Federal vai lançar um mercado de jogos de loteria próprio. Em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o Banco de Brasília (BRB) está em negociações com a entidade portuguesa, com o intuito de gerar contribuições sociais por meio da exploração de jogos de azar e de loterias.
O mercado lotérico estadual de Brasília está previsto para entrar em vigor até setembro deste ano, após a assinatura da associação entre o BRB e a Santa Casa, que derrotou outros 14 concorrentes internacionais. Todos os inscritos estão associados à World Lottery Association, e buscam entrar no mercado sul-americano, visto como um dos mais promissores do mundo.
Conforme informado pelas entidades, há grande potencial para o segmento, e o Banco terá o controle das operações, com 50% das ações, somando-se à experiência da SCML, que opera loterias em Portugal desde 1783, com cerca de 5 mil pontos de venda.
No comunicado, o Presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, garantiu que estão preparando um mercado baseado na atual legislação brasileira, que tirou o monopólio da Caixa Econômica Federal nacionalmente, permitindo quatro tipos de jogos: previsão numérica, como a Mega Sena; loterias de números; jogos instantâneos, as populares raspadinhas; e apostas esportivas.
No entanto, vale destacar, para as apostas esportivas, será aguardada a regulamentação federal, que poderá ter Medida Provisória editada nessa semana.
“É uma oportunidade estratégica super relevante, pois existe um alinhamento grande entre as questões de jogos e a atuação bancária. A loteria precisa de canais de distribuição, e o banco tem canais físicos e eletrônicos; precisa de meios de pagamento, de tecnologia, de uma segurança da informação relevante, controles internos, cumprimento a regras de prevenção à lavagem de dinheiro, e isso tudo faz parte do dia a dia dos bancos.”, - disse Costa.
O Presidente do BRB disse ainda que, se a possibilidade de exploração digital acontecer para além das fronteiras do DF, o potencial do negócio cresce brutalmente. O plano conjunto entre o banco e a SCML é distribuir os jogos nas agências por meio de máquinas de cartão e, principalmente, por meio digital, como site e aplicativo do Banco de Brasília.
No projeto apresentado, foram compartilhadas estimativas financeiras afirmando que os brasileiros apostam um mínimo de US$ 10 (R$ 50) em loterias. Esse valor representa um volume muito abaixo de países como Inglaterra, US$ 104 (R$ 520); Estados Unidos, US$ 116 (R$ 580); Itália, US$ 126 (R$ 630); e Portugal, US$ 137 (R$ 685).
O Brasil arrecada cerca de R$ 18 bilhões por ano com as loterias, e a expectativa é que, em 2023, com os jogos estaduais, o volume suba para R$ 36 bilhões. Atualmente, o Distrito Federal contribui com cerca de 4% desta arrecadação.
“Os outros países arrecadam, em média, dez vezes mais que o Brasil com jogos, e têm 11 vezes mais pontos de venda. O potencial para o crescimento aqui é enorme.”, -finalizou o presidente do BRB.
Com a aprovação, o Distrito Federal vai se unir a outros estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, que se preparam para lançar seus próprios mercados de loterias e de apostas esportivas. Essa situação desenvolveu-se após a resolução do Supremo Tribunal Federal de retirar o monopólio da operação da Caixa.
Até o momento, os novos mercados estatais de jogos estão em negociação com o Governo, para definir o modelo de impostos que será implementado. Além disso, ainda está sendo discutida a porcentagem de retenção que será aplicada para promover diferentes ações sociais nas jurisdições que já possuem atuação regulamentada de loterias e de jogos de azar.