Casas de apostas são alvo de requerimentos na CPIFUTE, mesmo sem citação no esquema; entenda
Os deputados da CPIFUTE, que investiga a manipulação de resultados no futebol visando ao lucro com apostas esportivas, até o momento, apresentaram 67 requerimentos para ouvir representante das operadoras na comissão. Esse número, que representa um terço de todos os pedidos feitos pelos parlamentares, acontece sem haver qualquer indício de participação das empresas no esquema criminoso.
À título de comparação, vale destacar que, para os principais atores das investigações, os jogadores, foram apresentados 41 requerimentos, enquanto para dirigentes de futebol e de federações, o número foi de 54. Enquanto isso, 11 requerimentos foram solicitados para árbitros, e 13 para pedidos de informação a órgãos públicos. Vale frisar que o requerimento de criação do CPI não cita suspeitas envolvendo as empresas do setor, mas aponta a necessidade de regulamentação do segmento no país. Apesar de não haver indícios do envolvimento das casas de apostas no esquema criminoso, os deputados justificam as convocações como "apuração prévia e aprofundada das denúncias de manipulação de jogos e fraudes em apostas".
O presidente da CPI, Julio Arcoverde (PP-PI), ressaltou não haver qualquer indício de participação das empresas de apostas no esquema de manipulação de resultados, em entrevista ao Globo. Ainda, o deputado afirmou que vai trabalhar para transformar todas as convocações, em convite, sendo assim, não haverá a obrigação de comparecimento dos chamados Com isso, as operadoras podem optar se enviam um representante à Câmara. Entretanto, vale lembrar que a maioria do colegiado aprovou a convocação de representantes de 15 casas de apostas esportivas em reunião da CPI no início do mês de junho.
"Embora haja (convocações aprovadas para representantes das casas de apostas), por enquanto, não vamos individualizar. Eu não posso macular a imagem dessas empresas assim.", disse Arcoverde, ao Globo.
"O que a gente quer é ouvir os donos das "bets" que estão sendo convocados ou convidados para saber como são os pagamentos das apostas, e também por que eles estão sediados lá fora, e não aqui (no país)", afirmou o deputado Wellington Roberto (Pl-PB), desconsiderando o fato de que as empresas operam fora do Brasil por não haver regulamentação no país.
Ainda, vale lembrar que, recentemente, o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), ex ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, apresentou requerimentos para a convocação de representantes de três casas de apostas, tendo retirado os pedidos dois dias depois. Ao Globo, o parlamentar informou que novos requerimentos serão feitos em "momento oportuno".