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Conheça os oito jogadores que são réus no esquema de manipulação de resultados

Conheça os oito jogadores que são réus no esquema de manipulação de resultados

Josias Pereira Josias Pereira
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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou, até agora, 14 pessoas nas investigações da operação “Penalidade Máxima”, que revelou o esquema de manipulação de resultados em pelo menos três partidas da última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. Entre os denunciados há oito jogadores. A justiça goiana já aceitou a denúncia e todos são considerados réus, e, se condenados, podem enfrentar até seis anos de prisão.

Cinco dos oito denunciados fizeram a base em equipes cariocas

Dos oito denunciados, o jogador mais falado até agora é Marcus Vinicius Albes Barreira, mais conhecido como Romário, que, ao falar do esquema com o presidente do Vila Nova, desencadeou a investigação. O meio de campo de 20 anos atuava pelo Vila Nova de Goiás no ano passado, mas não foi relacionado para a última partida do Brasileiro da série B, não podendo, assim, cumprir o combinado no esquema. Em dezembro de 2022, o atleta foi para o Goiânia, mas, agora está sem contrato. Gabriel Domingos, que, inicialmente aparecia na história somente cedendo a conta bancária para Romário receber dos aliciadores, em novas gravações, aparece como ciente do esquema. O meia de 22 anos fez a base no São José dos Campos, tem passagem pelo Bahia, em 2021, antes de chegar no Vila Nova, em 2022.

Já o zagueiro Joseph, de 28 anos, que aparece em mensagens dos aliciadores como “Cachorro do Mangue e “Sanguinário”, e a quem deviam “pagar com gosto”, cometeu o pênalti na partida combinada, entre Tombense e Criciúma. O atleta, que começou no Nova Iguaçu, tem passagens por várias equipes cariocas e mineiras, como São Gonçalo, Gonçalense, Cabofriense, Resende e Vasco, no Rio de Janeiro; e Villa Nova, América, Cruzeiro e Tombense, em Minas Gerais. Além disso, o jogador já atuou pelo Botafogo de São Paulo, e pelo Potiguar, de Mossoró. Enquanto isso, o zagueiro Mateusinho, o outro jogador que cometeu o pênalti combinado, na partida entre Sampaio Corrêa e Londrina, começou sua carreira no Maricá, e teve passagens por outras equipes cariocas, como Serrano, América, Mageense e Goytacaz. Antes de chegar ao Sampaio Corrêa em 2022, o atleta de 24 anos esteve em duas equipes maranhenses, Moto Club e Tuntum. Atualmente, possui contrato com o Cuiabá.

Os outros quatro denunciados pelo MP-GO atuaram pelo Sampaio Corrêa na última rodada do Brasileiro da série B de 2022: Ygor Catatau, Allan Godói, André Queixo e Paulo Sérgio. Ygor Catatau vem sendo investigado por ser o contato dos aliciadores na equipe maranhense, bem como por cooptar outros jogadores para o esquema. O atacante, de 27 anos, começou no Madureira, e jogou em outras equipes cariocas, como Barra da Tijuca e Vasco. Além disso, teve passagem pelo Boa Esporte, em Minas Gerais, e pelo Vitória da Bahia, bem como pelo indiano Mumbai City, antes de chegar no Sampaio Corrêa, em 2022. Atualmente, o atleta está no Sepahan, no Irã. Enquanto isso, o zagueiro Allan Godói, de 29 anos, teve seu início no Juventude, e também conta com passagens por várias equipes cariocas, como São Gonçalo, Riacho City, Maricá, Volta Redonda e Madureira, antes de chegar ao Sampaio Corrêa, clube onde permanece.

André Queixo, de 27 anos, também iniciou sua carreira em uma equipe carioca, no Miguel Couto. Além disso, o volante teve passagens por vários times do Rio, como Artsul, Barra da Tijuca, Bangu, Mesquita e Madureira. O atleta jogou também no Anápolis, de Goiás; no Galícia, da Bahia; e no América, de Teófilo Otoni, antes de chegar ao Sampaio, em 2020. O jogador atuou pela Ponte Preta no ano seguinte, voltando à equipe maranhense em 2022. Atualmente, tem contrato vigente com o paulista Ituano. Para finalizar, Paulo Sérgio, zagueiro de 33 anos, começou sua carreira no Internacional e passou por Guarani de Divinópolis e Nacional de Patos, em Minas Gerais; São José e Moto Club, no Maranhão; Remo, no Pará; América de Natal; São José dos Campos; Criciúma, de Santa Catarina; e Cincão, do Paraná, antes de chegar ao Sampaio Corrêa, em 2013. O jogador teve uma passagem pelo Manaus, em 2021, antes de retornar à equipe maranhense, em 2022. Atualmente, está no Operário, do Paraná.

Com exceção de Romário, todos os outros sete jogadores responderão pelo artigo 41-C do Estatuto do Torcedor, que fala em “solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva”, que prevê de dois a seis anos de prisão, além de pagamento de multa. Já o ex-atleta do Vila Nova vai responder pelo artigo 41-D, que fala em “dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva” e tem a mesma penalidade.

Apostadores e aliciadores da organização criminosa

Além dos atletas, também foram denunciados Bruno Lopez de Moura, Camila Silva da Motta, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes e Zildo Peixoto Neto; todos apontados como apostadores que faziam cooptação. 

Apontado como líder do esquema, o empresário Bruno foi preso no dia 14 de fevereiro, mas solto por um habeas corpus, após cinco dias detido. Segundo o Ministério Público, a organização criminosa já foi desarticulada. As evidências apontam Luís Felipe, Victor e Zildo como os responsáveis por ter contatado e aliciado os jogadores. A investigação, neste caso, já que há outros em análise, era a da combinação de que os jogadores cometessem um pênalti no primeiro tempo de cada partida. As partidas escolhidas foram entre Sampaio Corrêa e Londrina; Criciúma e Tombense; e Vila Nova e Sport.

As partidas investigadas até o momento

No jogo entre Sampaio Corrêa e Londrina, segundo o MP-GO, os apostadores Bruno, Ícaro e Luís Felipe fizeram um acerto com o atacante Ygor Catatau. O jogador teria cooptado outros quatro atletas (Allan Godói, André Queixo, Meteusinho e Paulo Sérgio), e todos eles receberam R$ 10 mil, antecipado, com a promessa de que outros R$ 140 mil seriam dados a eles após o cometimento do pênalti. Nessa partida, o jogador Mateusinho cometeu a infração, aos 20 minutos do primeiro tempo, que foi revisada e confirmada pelo VAR. No entanto, o goleiro do Sampaio Corrêa defendeu a penalidade.

Já na partida entre Criciúma e Tombense, Bruno e Ícaro teriam entrado em contato com Joseph, que aceitou participar do esquema. O atleta recebeu R$ 10 mil antecipado e receberia outros R$ 140 mil após o esquema dar certo. Ele cometeu o pênalti aos 31 minutos do primeiro tempo, com este também sendo defendido pelo goleiro do Tombense.

Enquanto isso, para a partida entre Vila Nova e Sport, Bruno e Ícaro teriam tido a ajuda de Victor. Eles combinaram o esquema com Romário, que indicou o jogador Gabriel Domingos para cometer o pênalti. O sinal foi pago a Domingos, que dividiu o valor com Romário. Bruno e Victor também tentaram cooptar outro jogador do Vila Nova. Porém, Riquelme Souza Silva negou a proposta e não aceitou fazer parte do esquema.

Apostas do esquema foram feitas na Betano e na Bet365

Vale lembrar que, para que o esquema desse certo, era necessário que os pênaltis acontecessem nas três partidas. Os sites usados para as apostas foram das operadoras Betano e Bet365. Porém, nem Romário, nem Domingos, foram escalados no Vila Nova, e comunicaram o fato aos apostadores. Os aliciadores, então, pediram aos dois atletas que ajeitassem a situação, já que o esquema estava montado. Sendo assim, Romário passou a tentar cooptar outros jogadores, e entrou em contato com Jean Francisco Martin, Willian Prado Camargo e Van Basty Sousa e Silva, mas sem sucesso. Todos negaram participar do esquema. Sem ninguém para cometer o pênalti, o esquema de manipulação de apostas deu errado para os criminosos.

Atletas do Sampaio Corrêa cobraram dos aliciadores

Mesmo com a falha no esquema os cinco jogadores do Sampaio Corrêa, liderados por Ygor Catatau, cobraram o restante do valor acordado, já que, segundo eles, haviam feito o combinado. No telefone apreendido de Mateusinho, o MP-GO descobriu um grupo de Whatsapp em que os atletas Mateusinho, André, Allan Godói, Paulo Sérgio e Ygor Catatau mencionavam valores a receber, dívidas e cobranças.

Paulo Sérgio mostra preocupação em conversa com Catatau, exposta na denúncia:

"Catata, chama os caras. Ficar em cima, irmão. Porque se dá errado, nossa vida tava um inferno", - diz Paulo Sérgio.

Catatau responde que "está em cima" e Paulo Sérgio completa:

"Não é isso, irmão. É porque esses caras estão metendo o louco... não é possível. Tu não tem culpa de nada. Deus o livre, mano. Dá merda, tava geral fudido.”

Em conversa com Luís Felipe Rodrigues de Castro, um dos aliciadores Catatau cobra pelo pagamento:

"Faz esse pix logo aí mano, já passou muito tempo já. Você disse que ia resolver hoje. Não dá para esperar mais. [...] Fala que horas você vai fazer a parada logo. Vai ficar enrolando o bagulho?”

Luís Felipe responde e explica que a aposta combinada não deu certo (red) por conta da ausência no pênalti no jogo do Vila Nova:

"Seguinte, deixa eu resolver essa parada aqui, beleza? Vocês fizeram sua parte, só que nós tomou (sic) foi red, prejuízo de 492 mil reais!! Espera nós (sic) resolver, nós tá (sic) na linha com o empresário do moleque do Vila que assumiu e não fez a parada!!”

Catatau segue cobrando o pagamento:

“Mano, não tenho nada haver (sic) com isso. Já fizemos e temos que receber, pô. E todo mundo paga, independente. Nós não é (sic) bobo. Não tem como. Quem não pode estar no prejuízo é nós (sic). Correr risco e não receber, tá doido.”

Relembre como tudo começou

Vale lembrar que o caso chegou ao presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, pelo próprio Bruno, que alegou que o prejuízo foi de R$ 500 mil e que estava sendo cobrado por outros jogadores. O aliciador passou ao presidente do Vila, que é policial, um comprovante de transferência bancária para Domingos, e alegou que queria que Romário o ressarcisse, não só o valor de entrada, mas também o que ele deveria pagar aos demais atletas que participaram do esquema. Hugo, durante as conversas, levantou informações suficientes para que o Ministério Público de Goiás iniciasse as investigações.