Delegado da PF vai apoiar investigações da CPIFUTE, com possibilidade de quebra de sigilo
A CPIFUTE, que investiga as manipulações de resultado no futebol brasileiro envolvendo apostas esportivas, terá o apoio da Polícia Federal. O delegado Sergio Eduardo Busato foi designado para auxiliar nas investigações da comissão da Câmara dos Deputados, de acordo com anúncio do relator da CPI, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), na reunião da última quarta-feira (2).
“A gente começa agora a fase de nos debruçar, com inteligência policial, nas convocações e convites para que tenhamos empresas presentes aqui, respondendo à CPI. Talvez até com quebra de sigilo para ampliarmos as investigações em curso”, informou Carreras.
Durante a reunião da comissão nesta semana, o delegado da Polícia Federal em Sergipe, Fabrício Martins Rocha, falou sobre sua experiência nas operações Distração e Jogada Ensaiada, que acabam designadas para investigações das polícias civis estaduais. Segundo ele, o tema é “relativamente novo” para a Polícia Federal diante da “repercussão interestadual com necessidade de repressão uniforme” e da correlação com outros crimes, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo o delegado, o maior desafio nas investigações é a dificuldade de acesso a algumas informações básicas, apesar de a Polícia Federal manter memorando de intenção com a Sportradar, empresa de análise de jogos e de eventos suspeitos no esporte. Ainda, Fabrício elogiou a publicação da MP 1182/2023, por obrigar as empresas de apostas a terem sede no Brasil para operar aqui.
“A maioria dessas empresas de apostas está sediada fora do território nacional, e você não tem acesso a informações, nem tem como oficiar sobre eventual suspeita de fraudes”, destacou o delegado da PF.
Ainda, o vice-presidente da CPI, o deputado Daniel Agrobom (PL-GO), consentiu com a realização de até duas reuniões semanais da comissão, para ouvir as empresas convocadas e convidadas, até a publicação do relatório final, que deverá ser entregue no dia 28 de setembro.
(Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)