Empresa contratada por Ferj acredita em manipulação no Brasileirão 2023: “99% convencidos”

O CEO da Good Game!, o francês Thierry Hassanaly, afirmou, em entrevista ao ge, que, com base em ferramentas, tecnologia e soluções da empresa, eles estão 99% convencidos de que houve manipulação no Campeonato Brasileiro do ano passado. Vale destacar que a Good Game! é uma empresa francesa fundada em 2019 e que foi a responsável por preparar o relatório contratado por John Textor, dono da SAF do Botafogo, que contestou o título do Brasileirão 2023.

"Temos muitos clientes, federações, clubes, serviços de investigação policial e de justiça e também casas de apostas. Para casas de apostas, monitoramos partidas de competições de vários lugares, do Brasil, África, Meio Oeste, América do Sul. Sobre algumas partidas do Brasileirão, baseado em nossas ferramentas, tecnologia e soluções, estamos 99% convencidos de que alguns jogos foram manipulados", destacou Thierry Hassanaly, especialista em finanças e gerenciamento de negócios, ao ge.

Ainda, o francês afirmou que a manipulação de resultados não costuma envolver todos os jogadores de um clube, mas, cerca de um, dois ou três atletas de uma mesma equipe. Segundo ele, todos os relatórios produzidos pela Good Gamel podem ir à julgamento, o que aprimora o trabalho da equipe em levantamento de informações.

"Quando dizemos que uma partida é manipulada, temos 99% de certeza, porque podemos ir para o tribunal, costumamos ir ao tribunal, civil e esportivo. Não significa que você possa ir ao tribunal e ser condenado apenas baseado em um relatório da Good Game!. Tem que haver outras provas", continuou Thierry.

De acordo com o francês, para a elaboração dos relatórios, a primeira análise é realizada por pessoas, e os dados são posteriormente colocados em sistemas de algoritmos. Thierry destaca ainda que em cada jogo trabalham dois operadores, além de um supervisor, que trabalha em outros jogos ao mesmo tempo, alertando sobre "erros de pouco impacto", como uma falta no meio do campo, e "erros de muito impacto", que influenciam no resultado, como um pênalti. A empresa trabalha com vídeos, e não possui árbitros na equipe.

"O árbitro não é treinado para assistir a vídeos e fazer análises apenas baseado no vídeo, porque é diferente. Nossa solução é ao vivo. Durante os jogos, quando o árbitro consulta o VAR, nós já tomamos nossa decisão ao vivo, se é correto ou não. Não temos acesso a todas as imagens que estão na sala do VAR", completou Thierry, ao ge.