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Entenda os principais pontos da MP de regulamentação de apostas esportivas no Brasil

Entenda os principais pontos da MP de regulamentação de apostas esportivas no Brasil

Josias Pereira Josias Pereira
Entenda os principais pontos da MP de regulamentação de apostas esportivas no Brasil
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A bet365 é uma das maiores casas de apostas do mundo. Tem mais de 90 milhões de clientes e a maior cobertura de eventos. A empresa atua no Brasil por décadas e é reconhecida mundialmente.

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Segundo projeções da indústria de jogos, o segmento já movimenta R$ 150 bilhões por ano no país. Já as casas de apostas, investiram cerca de R$ 3 bilhões em patrocínios e publicidade no Brasil. Esses números, que o Governo Federal ainda espera análises para dimensionar com mais exatidão, posicionam o Brasil como o segundo maior mercado do mundo, atrás apenas do Reino Unido.

Com a formalização da regulamentação de apostas esportivas, que deverá acontecer por Medida Provisória, o Ministério da Fazenda acredita que entre 70 e 100 empresas entrem oficialmente no país. Hoje, não há uma estatística confiável sobre a quantidade de players que operam no país.

Um levantamento feito pelo Máquina do Esporte, que só considerou plataformas de apostas com versão em português, aponta a existência de 189 empresas. Plataformas com outros tipos de jogos, como cassino, bingo ou rifa online não entraram na pesquisa. Estima-se que o total de empresas atuando no país varie entre 400 e 500 players. De acordo com outras fontes do mercado, o número seria entre 700 e 1.000 empresas.

A partir desses números, vamos analisar os principais pontos que devem ser abordados pela Medida Provisória de regulamentação de jogos e apostas no país. Vale lembrar que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na semana passada, que a MP deve ficar pronta nas próximas duas semanas, sendo apresentada ainda em abril.

A taxa de licença deve girar em torno de R$ 30 milhões

Como já informamos por aqui, para atuar no Brasil, as empresas terão que pagar uma taxa de outorga. Inicialmente, o Governo Federal trabalhava com um valor entre R$ 22 milhões e R$ 30 milhões, por uma licença de cinco anos.

O valor de R$ 22 milhões é o que consta na minuta do decreto que o Governo passado havia preparado. No entanto, o documento não foi assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O atual Governo, entendendo que esse valor esteja defasado, prevê o pagamento de uma taxa de R$ 30 milhões, custo que é visto como alto por representantes do mercado de jogos.

Independente do valor, a intenção é de que, nesse primeiro momento, a licença seja de cinco anos, para que o Governo possa acompanhar como se desenvolve o mercado legalizado. A partir disso, caso sinta confiança para fornecer licenças mais longas, a renovação poderá ser ampliada e autorizada por dez anos.

“Se você não dá oportunidade para todo mundo se legalizar, o resultado é que boa parte da demanda não vai vir para o mercado regulado e não vai gerar imposto.”, - disse Luiz Felipe Maia, da Maia Yoshiyasu Advogados, ao Máquina do Esporte.

Brasil deve seguir a taxação do Reino Unido

Vale destacar que, no exterior, as taxas costumam ser mais baixas que os R$ 30 milhões almejados pelo Governo no Brasil. A única exceção é o Reino Unido, que segue sendo o maior mercado do mundo no setor de jogos e apostas. Por lá, as empresas chegam a pagar uma taxa anual de £ 1.077.027 (R$ 6.797.440,50 na cotação atual), caso a plataforma de apostas movimente £ 1 bilhão ou mais (R$ 6,31 bilhões ou mais).

Adaptando para a possível tributação brasileira, se a empresa de apostas se enquadrar nesse nível no Reino Unido, pagaria, em cinco anos, £ 5.385.135 (R$ 33.987.202,52), valor até acima do estudado para o Brasil. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a legislação de apostas é feita a nível estadual. Sendo assim, para atuar em vários estados, é necessário pagar taxas em cada mercado local, que diferem umas das outras.

A tributação deverá ser semelhante à das outras empresas

A tributação das casas de apostas deverá ser parecida à de uma empresa convencional. Vale lembrar que a legislação brasileira estabelece o pagamento de 0,10% da arrecadação das apostas feitas no meio físico, e 0,05% quando são realizadas de forma online. Além disso, há ainda o pagamento de PIS/Cofins de 9,25% e do Imposto Sobre Serviços (ISS), que pode variar entre 2% e 5%, a depender de onde a empresa pretende se fixar.

“Isso dá mais ou menos 19%, o que está na média mundial. O problema é que, no Brasil, a tributação sobre o lucro é muito alta, se comparada a outros países com legislação de apostas, como Malta.”, - afirmou Maia.

Vale destacar que outra tributação incidirá sobre o apostador, que pagará imposto sobre a premiação que ganhar nas apostas. Em outros países, essa cobrança não costuma ocorrer.

“Os mercados bem regulados no exterior, que têm as melhores práticas internacionais, não têm tributação sobre o apostador.”, - disse Udo Seckelmann, Head do Departamento de Web3 & Gaming do escritório Bichara e Motta.

Governo utilizará parte da arrecadação para fiscalização do setor

Uma parte do valor arrecadado com as taxas de outorga deverá ser destinado para a criação de uma agência reguladora para o setor, que terá a responsabilidade de combater lavagem de dinheiro nos jogos e apostas.

Além disso, à agência será atribuída a função de investigar apostas fora do padrão, bem como a elaborar campanhas sobre jogo responsável. Também caberá ao novo órgão regulador examinar a documentação das empresas que pedirem licença para atuar no Brasil.

Governo deverá dificultar a operação de empresas não legalizadas

Sendo assim, quem não se adequar à regulamentação de apostas esportivas, terá problemas para operar no Brasil. O Governo Federal pretende vetar que essas empresas adotem formas de pagamento mais comuns, como por Pix e por boleto bancário. Também haverá dificuldade para que o apostador receba seu prêmio em uma plataforma não legalizada no Brasil.

Além disso, as empresas não reguladas não poderão fazer publicidade no país, como patrocinar equipes de futebol e estampar suas marcas em torneios esportivos. Ainda, o Governo Federal pretende desenvolver campanhas de conscientização, para que os usuários apostem em sites legalizados.

Regulamentação movimentará economia no país

Vale destacar que o crescimento da indústria nacional de jogos e apostas., abrirá novos postos de trabalho. Atualmente, as empresas do ramo realizam o trabalho do exterior, sem envolver mão-de-obra brasileira.

O Ministério da Fazenda ainda não possui uma estimativa de quantos empregos a regulamentação de apostas esportivas gerará em todo o país, mas a expectativa é de haja certa movimentação na localidade dos principais mercados.

Além disso, o valor arrecadado servirá para minimizar o impacto nos cofres públicos, além de parte da quantia ser direcionada ao desenvolvimento do esporte, e aos clubes de futebol patrocinados por empresas de apostas.

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