Executivo aponta caminhos para evitar ações fraudulentas no mercado de apostas esportivas
O mercado de apostas esportivas é um caminho sem volta no Brasil e caminha para receitas volumosas a cada ano. A regulamentação do setor confirma a importância da atividade para a economia nacional, mas também acende o alerta para diversos aspectos que envolvem a indústria, especialmente a necessidade de medidas que defendam a integridade do esporte e combatam a manipulação de resultados.
Gustavo Ferreira, gerente na área de Internal Audit & Financial Advisory da Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, ESG, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados, compartilhou um artigo onde aponta caminhos para evitar ações fraudulentas em apostas esportivas.
Um dos caminhos é o incremento de mecanismos de fiscalização pelas autoridades que estão à frente do processo de regulamentação do setor.
"O setor tem conquistado seu espaço, mas é preciso alertar que o cenário traz riscos. De acordo com o levantamento da Sportradar, o Brasil teve 152 casos de suspeita de fraude em casas de apostas on-line em 2022, seguido pela Rússia, com 92 ocorrências registradas", escreve Gustavo.
"Diante desse cenário, fica evidente a necessidade de ampliação dos mecanismos de fiscalização. Enquanto as autoridades necessitam estabelecer regras mais rígidas para aprimorar a legislação, as organizações esportivas precisam implementar ações internas em prol de uma cultura pró-ética para mitigar o envolvimento de stakeholders na manipulação dos resultados e na associação a fraudes", acrescentou o executivo.
O profissional ainda recomendou que as associações esportivas a implementação de um setor de compliance para que sejam observados, dentre outros pontos, a questão ética relacionada ao envolvimento de seus membros em jogos de azar.
"As associações esportivas podem ter como aliada na mitigação de tais fraudes a implementação de uma estrutura de compliance que vai promover aos jogadores e demais envolvidos o treinamento e o conhecimento nas condutas éticas estipuladas pelo clube. Além disso, ferramentas de controle como canais de denúncia estabelecem uma forma eficiente e segura de relatar práticas suspeitas. Por fim, as denúncias podem ser investigadas e as sanções aplicadas em caso de fraudes comprovadas", sugere Gustavo.
O executivo atenta para a necessidade de profissionalização de todos os setores envolvidos no processo para que o mercado de bets siga pujante e beneficiando o esporte nacional.
"Ao passo que as bets ganham cada vez mais notoriedade no cenário econômico, a legislação precisa acompanhar esse crescimento, instituindo novos controles de combate e fiscalização à fraude. Clubes esportivos, por sua vez, não podem se omitir diante de ocorrências que deflagram a associação de seus membros a práticas criminosas de apostas. É preciso se profissionalizar e estabelecer diretrizes para uma cultura pró-ética. Só assim vamos sair da várzea empresarial esportiva!", concluiu Gustavo Ferreira.