Faturando mais que Ambev, mercado de apostas no Brasil atrai fundos de investimento
O mercado regulamentado de apostas no Brasil vem atraindo diversos interessados, inclusive fundos de investimento internacionais. Este é o caso da Crownstone Ventures, fundo suiço dono da Elisa.bet, uma das empresas que ingressou com a solicitação de licença para operar no país. As estimativas apontam que o setor faturou cerca de R$ 120 bilhões no ano passado, números superiores a empresas estabelecidas no Brasil, como a Ambev, com R$ 77,7 bilhões de faturamento em 2023.
À coluna "Painel S.A." do jornal Folha de S. Paulo, Brunno Galvão, CEO da Crownstone Ventures, destacou sua expectativa quanto à introdução da regulamentação a partir de janeiro de 2025 e crê que o processo viverá ainda uma nova etapa. A Crowstone Ventures possui R$ 350 milhões para iniciar a rodada de aquisições no recém-regulamentado mercado de bets do Brasil.
"Nos próximos dois anos, o governo deve começar a coibir as empresas não regulamentadas. A gente estima que elas representem 8% de um mercado que hoje fatura R$ 120 bilhões. Então, vai sobrar mais receita para ser distribuída. Após essa fase, deve ter início uma consolidação", observou Galvão.
Na avaliação do CEO, a tendência é que uma média de 60 empresas permaneçam em atividade no país a partir de uma consolidação do setor.
"Umas 60, o que elevará a média de faturamento das grandes casas para cerca de R$ 4 bilhões por ano e a das menores, para R$ 112 milhões. As projeções iniciais, feitas com 136 credenciadas, consideravam que os 20% maiores fariam R$ 2 bilhões e os demais, R$ 56 milhões", apontou o executivo.
Galvão ainda acredita que os fundos de investimento em apostas no Brasil terão um faturamento aproximado da Europa, com uma margem de remuneração ao investidor de 7%.
"Na Europa, o retorno médio de um fundo que investe em apostas é de até 18%. Creio que devemos repetir esse índice aqui", concluiu Galvão.
(Foto: Divulgação)