Gigante das apostas, Flutter descreve planos para crescimento global e mira Brasil
A Betnacional é patrocinadora de vários clubes brasileiros e ganhou muito espaço entre os apostadores, principalmente os recreativos, já que o depósito mínimo via PIX é de apenas 1 real
A Flutter descreveu seus planos de crescimento em sua apresentação no Investor Day (Dia do Investidor) em Nova York. A gigante irlandesa de apostas, dona da Fan Duel, Paddy Power, Sky Bet, Sportsbet, Sisal e que recentemente comprou 56% da brasileira NSX, dona da marca Betnacional, elogiou seu sucesso global, apresentando uma análise das operações ao redor do mundo.
O CEO do grupo Peter Jackson; a CEO da FanDuel Amy Howe; e os CEOs do Reino Unido e Irlanda e internacionais da Flutter Ian Brown e Dan Taylor, respectivamente, foram apenas alguns dos diretores que se apresentaram no "Flutter Edge", evento onde o grupo apontou estar em posições de liderança em mercados importantes como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Itália.
O Flutter Edge
Os investidores foram informados de que o Flutter Edge compreende quatro aspectos: produto, tecnologia, expertise e escala. A empresa disse que esses eram a chave para seu sucesso.
Com os EUA agora sendo o maior mercado da Flutter, Amy Howe estimou que a FanDuel atingirá US$ 9,7 bilhões (cerca de R$ 52,6 bilhões) em receita e EBITDA ajustado de US$ 2,4 bilhões (R$ 13 bilhões) até 2027. Sua margem GGR (receita obtida com todos os jogos feitos) para o primeiro semestre de 2024 foi de 12%. Adicionando o Canadá, a expectativa é que o mercado total correspondente à América do Norte atinja US$ 70 bilhões até 2030.
Howe observou o lobby como a chave para mais oportunidades nos EUA, dizendo que a empresa se concentraria em vender benefícios econômicos do jogo regulamentado competitivo para a Califórnia, Texas e Flórida, três enormes mercados potenciais e que ainda não aprovaram a regulamentação dos jogos de azar.
Enquanto isso, Dan Taylor destacou o rico potencial de crescimento internacional graças à política de investimento em "heróis locais" que ressoam em mercados específicos, os apoiando com recursos, tecnologia e poder de compra. Ele observou que a Flutter lidera em participação de mercado no Reino Unido, Irlanda e Austrália, enquanto a aquisição da Snaitech da Playtech colocará o grupo na liderança também na Itália.
Brasil entre destaques
Quanto aos mercados em desenvolvimento, Taylor destacou América Latina, Índia, Turquia e Norte da África e Europa Central e Oriental como os principais focos. Ele espera que as aquisições continuem a fortalecer o portfólio do grupo, apontando para o sucesso da Adjarabet, Sisal e Tombola Arcade, onde a receita e o EBITDA ajustado aumentaram em 1,2x ou mais nos primeiros dois anos e meio.
Neste mês, a Flutter entrou no mercado brasileiro antes do lançamento de jogos de azar online regulamentados no país por meio de um investimento no NSX Group, proprietário da Betnacional, para criar a Flutter Brasil.
A Flutter pode aumentar sua participação acionária por meio de acordos de put/call recíprocos após a data de conclusão. A NSX é a quarta operadora no Brasil e tem um grande portfólio de marcas. Em uma base autônoma, a expectativa é que o acordo gere uma receita de US$ 256 milhões (pouco mais de 1,39 bilhões) e EBITDA ajustado de US$ 34 milhões (R$ 184,6 milhões) em 2024.
O jogo online regulamentado no Brasil será lançado no dia 1º de janeiro de 2025. O novo regulador, o SPA, está analisando mais de 140 solicitações de licença de jogo online.
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