Goleiro denuncia esquema de manipulação em jogo da Copinha após proposta de R$ 10 mil
Após um 2023 marcado por denúncias de manipulação de resultados e punições aplicadas pelo STJD e FIFA, frutos da operação "Penalidade Máxima", o ano de 2024 já apresenta um caso de aliciamento de atletas. Um goleiro da equipe do Nacional, de São Paulo, recebeu uma proposta de R$ 10 mil para sofrer dois gols no primeiro tempo da partida contra o Avaí nessa quarta-feira (10), pela Copinha. O jogo foi vencido pelo time catarinense por 1 a 0.
O goleiro, no entanto, se recusou a entrar no esquema e encaminhou denúncia à Federação Paulista de Futebol (FPF) – a entidade, por sua vez, acionou a Polícia Civil e a Stats Perform, empresa parceira responsável pelo monitoramento de casas de apostas em todo o mundo.
Por meio da denúncia, o autor da proposta, Jiuliandro José da Silva Bezerra, confessou o esquema em depoimento à Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). Ele foi indiciado pelo crime de manipulação de resultado segundo a Lei Geral do Esporte.
Destaca-se no caso o exemplo dado pelo atleta do Nacional, que corretamente procurou os órgãos responsáveis. Antes da disputa da Copinha, os jogadores foram instruídos pela Federação Paulista de Futebol (FPF) por meio de uma campanha de combate à corrupção e manipulação de resultados.
“Como se sabe, a educação é uma das principais ferramentas para se mitigar e evitar situações de manipulação de estatísticas ou de resultados em competições esportivas. Com a realização dessas campanhas educacionais informativas, no curso e, previamente, à Copa São Paulo de Futebol Júnior, é possível observar uma situação pró-integridade do esporte a partir dessas campanhas, o que demonstra que a manipulação de resultados pode ser uma situação combatida no Brasil e mitigada a partir das ferramentas já dispostas e amplamente difundidas no que tange ao interesse internacional dessa matéria, no que tange à possibilidade de que essa matéria seja tratada e bem endereçada no Brasil”, destacou o advogado Filipe Senna, sócio do Jantalia Advogados e mestre em Direito de Jogos pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
(Foto: Avaí/X/Divulgação)