Idec aponta que o Jogo do Tigrinho viola os direitos de informação do consumidor
A Blaze tem como credencial principal um elevado investimento em influenciadores, se colocando fortemente sobretudo nos jogos de cassino online
O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) realizou uma avaliação técnica sobre o caça-níquel virtual Fortune Tiger, o famoso "Jogo do Tigrinho", que virou febre no Brasil, a pedido da Folha de S. Paulo. De acordo com o órgão, o Jogo do Tigrinho realiza prática abusiva, que confunde e abusa da ignorância do consumidor.
Para chegar à essa conclusão, o Idec avaliou a tabela de pagamentos apresentada pela casa de apostas Blaze, considerando que a plataforma é uma das poucas no mercado brasileiro que já disponibiliza esse tipo de material, que terá exibição obrigatória a partir de 1º de janeiro.
De acordo com o órgão, "a apresentação adotada viola o direito à informação e a liberdade de escolha do consumidor. Por isso, está contra o Código de Defesa do Consumidor (CDC)".
O Idec afirmou ainda que só é possível entender como funciona o sistema de pagamentos do Fortune Tiger, após jogar. Já a Folha aponta que a tabela, que deveria mostrar os multiplicadores aplicados ao valor da aposta em caso de vitória, causa confusão, pois o material não indica que as taxas exibidas se referem à situação de nove figuras iguais, que configura cinco sequências, três na horizontal e duas na diagonal.
"Por isso, cada multiplicador deveria ser dividido por cinco. Isso configura uma prática abusiva, já que se utiliza da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe produtos ou serviços", destacou o Idec.
De acordo com uma análise anterior da Folha, do final de outubro, o modelo mostrou que cerca de 44 % dos jogos realizados no Fortune Tiger retornam alguma premiação para o apostador. Já em 56 % das apostas, os jogadores perdem tudo. A pesquisa também concluiu que o Jogo do Tigrinho paga o jackpot (prêmio máximo, de 2.500 vezes o valor apostado) apenas uma vez a cada 40,3 milhões de apostas.
De acordo com a Blaze, a empresa conduz a homologação dos jogos conforme as exigências de portarias estabelecidas pelo Ministério da Fazenda, por meio de laboratórios certificadores autorizados.