Jovens, pretos, pardos, e em busca de renda: conheça o perfil do apostador brasileiro
De acordo com um levantamento da escola Dupla Aposta ao E-Investidor, do Estadão, atualmente, no Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas realizam apostas esportivas online Ainda, segundo a pesquisa, há mais de 400 casas de apostas operando em território brasileiro. Enquanto isso, o estudo “Futuro das Apostas Esportivas Online: onde estamos e para onde vamos”, realizada pela plataforma Futuros Possíveis, mostrou que jovens e pessoas pretas e pardas são a maioria no mundo dos jogos online.
A discussão sobre os jogos de azar no Brasil tem ganhado força em 2023, com a iminente possibilidade de regulamentação do setor com o governo que tomou posse em janeiro, após os quatro anos de expectativas frustradas do governo anterior. O PL 3626/2023 aguarda votação no Senado, e um dos objetivos é a arrecadação do governo, mas psicólogos alertam para a cautela com o perigo do vício em jogos.
Segundo o estudo sobre o futuro das apostas, publicado no Estadão, realizado em parceria com a Opinion Box e em colaboração com a Afro Esporte, a população das classes C, D e E busca nos jogos online uma alternativa de renda. Do total, 40% dos entrevistados que se reconhecem como pretos ou pardos, responderam que já apostaram alguma vez na vida. Enquanto isso, entre os entrevistados que se reconhecem como brancos, 33% responderam que já praticaram a atividade.
De acordo com especialistas, o principal motivo para os jovens apostarem é a busca por uma alternativa de renda, em um Brasil com 5,2 milhões de desempregados nessa faixa etária. Entre quem faz apostas frequentemente, considerando a idade, a população entre 16 a 29 anos lidera, com 29% do total. Em seguida aparecem as pessoas com 50 ou mais, com 24%, e população 30 a 49 anos, com 23%. Vale destacar que os jogos de azar só deveriam ser autorizados para maiores de 18 anos.
Ainda, a pesquisa identificou que 71% dos consultados que apostam, escolhem a atividade com o objetivo de ganhar dinheiro. Neste universo, 60% pertencentes às classes C, D e E afirmaram que o objetivo é o dinheiro, enquanto somente 11% da classe A e B deram a mesma resposta. Segundo Angelica Mari, CEO e co-fundadora do Futuros Possíveis, a renda com as apostas se tornou um objetivo de várias pessoas no país, já que há 7 milhões de jovens brasileiros que não estudam nem trabalham.
Além disso, o estudo apontou que apenas 1% dos entrevistados afirmaram apostar mais de R$ 1 mil por mês. Enquanto isso, 80% dos respondentes gastam até R$ 100 reais em seus jogos online. A pesquisa também identificou que as mulheres representam a maior parcela de quem já desistiu das apostas, somando 38%, seguidas por pessoas pretas e pardas, que somam 25% de quem para de apostar.
A pesquisa foi realizada com 1.581 pessoas a partir de 16 anos que moram no Brasil e praticam esportes, com o objetivo de entender se os esportistas também estão envolvidos com apostas esportivas online.
(Foto: RDNE Stock project/Pexels)