Lula quer conter endividamento dos mais pobres com bets no Brasil
Em viagem a Nova York, onde discursou na cúpula da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) externou sua preocupação com o endividamento da população mais pobre do Brasil com os jogos de azar e apostas online. De acordo com o chefe de estado, o Governo precisa intervir na situação, criando mecanismos regulatórios.
"Brasil sempre foi contra cassino, qualquer tipo de jogo de azar. Hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa da família, da sala", declarou Lula, durante evento promovido por Brasil e Espanha na ONU, em Nova York.
"Estamos percebendo no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro, fazendo aposta. É um problema que vamos ter que regular, senão daqui a pouco vamos ter cassino funcionando dentro da cozinha de cada casa", acrescentou Lula.
As falas do presidente vêm na esteira de um levantamento divulgado pelo Banco Central onde os registros bancários identificaram que beneficiários do Bolsa Família movimentaram no último mês de agosto mais de R$ 3 bilhões em transferências via Pix para plataformas de apostas.A maioria desses apostadores (70%) são chefes de família.
Lula criticou a divulgação que é feita nas redes sociais dos jogos de azar, apontados, dentre outras coisas, como uma forma de mudar de vida e ganhar dinheiro fácil.
"A gente está vendo uma loucura. A monetização da mentira pela rede digital. Com gente ficando bilionário, milionário. O que estamos vendo no país como o Brasil são os jogos de aposta", declarou o presidente.
O mercado regulado de apostas no Brasil entrará em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2025 e há a previsão de medidas duras para combater as falsas campanhas publicitárias, o endividamento da população, além do vício em jogos de azar.
(Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)