Ministério da Igualdade Racial demonstra preocupação com impacto de bets em negros
Nesse 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, é importante refletir sobre a data em todas as esferas da sociedade. Na semana passada, durante a audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o impacto das apostas na população brasileira, o Ministério da Igualdade Racial demonstrou preocupação com o impacto desproporcional das bets na população preta e parda no país.
Representado por Ana Míria Carvalho, secretária-executiva adjunta do Ministério da Igualdade Racial, o órgão destacou a importância de uma regulamentação cuidadosa e ressaltou a necessidade da realização de mais pesquisas sobre as bets, com foco em impactos com marcadores sociais, como raça e gênero.
Um dos alertas levantados sobre o impacto das apostas nas populações de rendas mais baixas no país surgiu com a divulgação de uma pesquisa do Banco Central (BC).que apontou que R$ 3 bilhões em Pix teriam sido enviados a plataformas de apostas por beneficiários do Bolsa Família, apenas em agosto deste ano.
Apesar de a pesquisa ter sido alvo de questionamentos e o BC reconhecer que o relatório poderia estar sujeito à falhas, o Superior Tribunal Federal (STF) aprovou, na semana passada, uma liminar que proíbe o uso de valores de programas sociais, como o Bolsa Família, em sites de apostas.
“Dados do Ministério do Desenvolvimento Social indicaram que a maioria das pessoas beneficiárias do Bolsa Família, 39,5 milhões de pessoas, 72,8 % do total, se declararam como pretas ou pardas no Cadastro Único”, destacou Ana Míria Carvalho.
Além disso, a secretária-executiva adjunta do Ministério da Igualdade Racial também destacou números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para justificar a preocupação, já que, segundo os dados apresentados por ela, a população mais pobre do Brasil é majoritariamente negra.
“Segundo a síntese de indicadores sociais do IBGE, pessoas pretas e pardas são mais de 70 % dos pobres e extremamente pobres no país. Esses dados revelam o impacto e consequências negativas das apostas na vida da população mais pobre no Brasil, majoritariamente pessoas negras”, finalizou.
(Foto: Lipe Magliani/Pexels)