Ministério da Saúde aponta aumento em atendimentos de pessoas com compulsão em jogos
Dados do Ministério da Saúde apontam para o aumento de atendimentos relacionados à compulsão em jogos de azar no Brasil de 2019 até o mês de julho deste ano. O levantamento é uma resposta da ação movida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no Supremo Tribunal Federal, que questiona a constitucionalidade da legalização dos jogos e apostas de quota fixa no país.
Segundo o Ministério da Saúde, o número de atendimentos a pessoas com transtorno de compulsão por jogos foi crescendo de forma considerável ao longo dos últimos anos. Em 2019, foram 63 atendimentos; em 2020, 65; em 2021, 413; em 2022, 841; em 2023, o número pulou para 1.290. Já neste ano, até o mês de julho, 328 atendimentos foram contabilizados pelo Ministério da Saúde.
O estudo foi divulgado pelo jornal Metrópoles e foram coletados após requerimento do deputado Fábio Costa (PP-AL), feito em julho e que compreendia os últimos cinco anos.
Segundo o Ministério da Saúde, o aumento de atendimentos não necessariamente reflete um caso epidémico, mas aponta também para um maior acesso da população a mecanismos de assistência para tratar tal tipo de transtorno, além da crescente conscientização sobre o problema.
O SUS possui 2.934 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo o Brasil, sendo que 117 novas unidades foram inauguradas apenas neste ano. Para a obtenção dos dados apresentados ao STF, o Ministério da Saúde utilizou o Sistema de Informações Ambulatoriais, plataforma que é alimentada pelas secretarias de saúde municipais e estaduais.
De acordo com os dados, no ano passado, o estado que liderou o ranking de atendimentos relacionados ao transtorno de compulsão por jogos foi Sergipe (692), seguido por Roraima, com 465 atendimentos, Minas Gerais, com 18, Mato Grosso, com 16, e Pernambuco, com 13.
(Foto: RAFA NEDDERMEYER/AGÊNCIA BRASIL)