Ministra da Saúde defende "forte regulação" das apostas para manutenção da saúde mental
Nesta semana a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, concedeu uma entrevista no Palácio do Planalto onde declarou seu apoio à regulamentação das apostas esportivas e jogos online no país. Segundo a Ministra, o setor exige uma “forte regulação” para minimizar o impacto na vida das pessoas e prevenir possíveis problemas na saúde mental dos apostadores.
"Acho que essa questão dos jogos nos meios virtuais, cada vez mais intensa, seu impacto na vida das pessoas e na saúde mental, requerem uma forte regulação. Nós temos buscado fortalecer dentro de toda uma estratégia na área da saúde mental", declarou Trindade.
A Ministra destacou também que o Governo está discutindo internamente o tema e deverá anunciar campanhas sobre o jogo responsável em breve. Regis Dudena, Secretário de Prêmios e Apostas, informou que serão lançadas campanhas de conscientização sobre os jogos e as apostas, uma delas em parceria com o Ministério da Saúde.
Entretanto, cabe destacar que uma reportagem de julho da Deutsche Welle (DW) afirmou que o Brasil não possui estrutura necessária para o tratamento de vício em jogos. Os dados de ludopatia entre a população: não estão atualizados e são de uma década atrás, antes de as bets surgirem no país, segundo o Ambulatório de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo o psiquiatra Rodrigo Machado, do Ambulatório, os dados sobre ludopatia no país estão defasados, pois na época em que foram realizados, não havia o acesso aos cassinos online disponíveis via smartphone, nem a disseminação das apostas esportivas. Sendo assim, segundo ele, não é possível ter acesso a um cenário real estatístico no Brasil, nem precisar se houve um aumento no número de casos.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2018 e 2023, o número de pessoas atendidas por jogo patológico no SUS aumentou de 108 para 1,2 mil.
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)