MP veta compra de direitos de transmissão por sites de apostas, mas libera naming rights
A bet365 é uma das maiores casas de apostas do mundo. Tem mais de 90 milhões de clientes e a maior cobertura de eventos. A empresa atua no Brasil por décadas e é reconhecida mundialmente.
O Governo Federal publicou na última semana a MP 1182/23, que regulamenta a operação das apostas esportivas no Brasil. No entanto, há dúvidas sobre algumas das determinações contidas no texto, além de normas que restringem a ação dos operadores regulamentados. Dentre elas, destaca-se a proibição da compra de direitos de transmissão de eventos esportivos pelas plataformas.
O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) será o responsável por estabelecer as normas que definirão as ações de marketing e conteúdo que poderão ser executadas ou não pelos operadores. No mês passado, o órgão já tinha se reunido com o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e com a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) pera elaborar um conjunto de normas sobre o tema.
O CONAR criou um grupo de trabalho na semana passada para discutir as normas desta autorregulação. Não há previsão de data para que tais normas sejam aplicadas e fiscalizadas. Em entrevista ao UOL Mídia e Marketing, José Francisco Manssur, assessor especial do Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, apontou a justificativa do governo para que os operadores sejam proibidos de transmitirem eventos esportivos.
"É uma preocupação muito mais de mensagem - e também um pouco de influência em resultados. Acho que a questão da manipulação de resultados mexe muito na questão de imagem. O quanto isso afeta na credibilidade do produto esporte?", indagou Manssur. "Para manter a ideia nessa credibilidade, é importante algumas medidas um pouco mais restritivas para evitar uma promiscuidade, entre aspas, na relação entre o evento esportivo e o betting, as empresas operadoras", acrescentou.
Aquisição de Naming Rights permanence
Outro modelo de marketing bastante utilizado pelas casas de apostas no Brasil é a aquisição de naming rights. Segundo José Francisco Manssur, o processo continuará da forma que está, com as casas de apostas podendo investir no segmento.
"Continua. Não vemos limitações de publicidade, como chegaram a propor aqui. Poderíamos causar um dano terrível, seja para o mercado das telecomunicações, dos canais esportivos e dos próprios clubes. Essa não é essa a nossa intenção. Não queremos bloquear o grande sponsor, o grande patrocinador do esporte. A gente fala do futebol, mas isso se aplica a todas as modalidades", finalizou o assessor especial.
(Foto: Gleidiçon Rodrigues por Pixabay)