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Na CPI, Romário cita atletas de Cruzeiro, Santos, Atlético-MG e Avaí em manipulação

Na CPI, Romário cita atletas de Cruzeiro, Santos, Atlético-MG e Avaí em manipulação

Josias Pereira Josias Pereira
Na CPI, Romário cita atletas de Cruzeiro, Santos, Atlético-MG e Avaí em manipulação
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Banido do futebol pelo STJD, Romário foi o primeiro jogador investigado pela Operação Penalidade Máxima a prestar depoimento na CPI que investiga a manipulação de resultados no futebol brasileiro envolvendo apostas esportivas. Em audiência na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (20), o ex atleta do Vila Nova afirmou que jogadores das equipes de Cruzeiro, Santos, Atlético Mineiro e Avaí, estariam envolvidos no esquema.

Romário afirmou que teria aceitado R$ 150 mil para cometer o pênalti, mas, como não jogou, passou o contato de outro jogador do Vila, Gabriel Domingos, para cumprir o combinado com os criminosos. De acordo com Romário, Domingos teria recebido um adiantamento de R$ 10 mil antes da partida, e repassado a ele R$ 4 mil. Ainda, ele garantiu que essa teria sido a primeira vez que foi abordado por aliciadores na tentativa de manipular jogos.

Questionado por um parlamentar sobre quanto teria ganhado dos aliciadores, e se recebia mensalmente, por jogo, ou por evento manipulado, Romário negou que tenha recebido qualquer valor da quadrilha. Ainda, o atleta disse que Bruno (apontado como líder do esquema) garantiu que "se o Domingos quisesse passar alguma parte do dinheiro pra mim, que ele passasse."

"No caso, eu não cheguei a receber nada, não cheguei a receber nada. No caso, o que aconteceu comigo foi só ter passado o número do Gabriel Domingos para eles, só isso. Receber alguma coisa, eu não recebi nada (dos aliciadores).", afirmou.

Indagado sobre a sensação de ter sido banido do futebol pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), enquanto outros atletas foram absolvidos ou sofreram punições mais baixas, Romário se disse humilhado. Além disso, o jogador falou sobre a pena recebida por Eduardo Bauermann, do Santos, de apenas 12 jogos de suspensão, apesar de ter cometido o mesmo crime:

"A diferença é muito grande Me sinto, sei lá, muito humilhado na associação. O jogador do Santos pegou 12 jogos. Aí, como eu jogava no Vila, eu fui banido? É uma penalidade muito, muito massa, né?"

Vale destacar que, questionado se sobre outros atletas de Goiás teriam envolvimento no esquema de manipulação, Romário citou jogadores de outros clubes, como Cruzeiro, Santos, Atlético Mineiro e Avaí.

“De Goiás, não. Mas de outros estados, sim. (Com relação à) jogadores, não chegaram a falar nomes, mas falaram dos clubes: Cruzeiro, Avaí, Santos e, na época, Atlético Mineiro. Eles chegaram a falar e me mandar vídeo dos caras fazendo para eles.", disse Romário.

Romário também disse que, ao declarar a situação ao policial e presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, não teria sido aconselhado a denunciar o caso. “Cheguei a falar com o Hugo. À época, não [orientou a fazer denúncia]. Uma semana depois, ele rescindiu meu contrato.”, informou. Vale lembrar que Hugo Jorge Bravo foi o denunciante do esquema ao Ministério Público de Goiás.

O depoimento completo de Romário pode ser conferido no canal oficial do YouTube da Câmara dos Deputados neste link.

(Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

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