Pesquisa inédita acende alerta sobre a presença de menores em plataformas de apostas
A ex-patrocinadora de São Paulo e Flamengo é conhecida pelas odds turbinadas. Seu layout incrível e fácil de usar agrada apostadores novos e experientes.
Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Locomotiva e encomendada pela Unico, líder em soluções para a validação de identidade real das pessoas, apontou que pelo menos 17% dos pais entrevistados declararam que seus filhos de 7 a 17 anos possuem perfis em sites de apostas esportivas, ou em plataformas de cassinos online.
O levantamento ainda apontou que 13% dos pais não sabem sequer qual é o meio de pagamento que os filhos utilizam nestas plataformas. Os menores de idade realizam pagamentos e recebimentos em sua grande maioria via Pix, correspondendo a 63% das transações apuradas pelo estudo. Logo em sequência aparecem o cartão de crédito, com 48%, cartão de débito, com 38%, e boleto, com 14%.
É preciso salientar, todavia, que a modalidade cartão de crédito não é permitida nas plataformas, uma decisão que foi tomada pelos operadores antes mesmo da determinação governamental.
"A presença de crianças e adolescentes em sites de apostas esportivas é ilegal e preocupante. Por isso, é necessário termos medidas mais robustas para proteger esse público vulnerável", disse Felipe Magrim, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Unico.
Influenciador menor de idade relata perdas com apostas
O psicólogo Rafael Ávila, especializado em jogo responsável, compartilhou em seu perfil no LinkedIn, o print de uma live de um influenciador menor de idade mostrando perdas consideráveis em casas de apostas conhecidas no cenário nacional. Em três meses, o prejuízo do menor chegou a R$ 400 mil em uma única plataforma.
O profissional faz um alerta sobre o perigo do envolvimento de menores com apostas, uma vez que o influenciador em questão conversa diariamente com o público infantil e adolescente.
"Aonde vamos parar? Quando a responsabilidade vai sair do discurso e entrar na ação?", indagou Ávila.
Biometria facial como solução
O advento do mercado regulado de apostas a partir de 1º de janeiro de 2025 terá um papel fundamental para barrar que crianças e adolescentes tenham acesso às plataformas de jogos. Esta, inclusive, é um determinação do STF. Uma das soluções apontadas é a utilização da biometria facial obrigatória para os apostadores cadastrados.
Só será possível acessar os conteúdos ofertados pelos operadores por meio da autenticação da identidade dos usuários, que visa barrar o acesso de pessoas proibidas por lei de jogar - incluindo menores de idade.
"A facilidade de acesso e o uso de métodos de pagamento, muitas vezes sem supervisão ou conhecimento dos pais, expõem os jovens a riscos financeiros e emocionais graves, além de possíveis fraudes. É fundamental que as plataformas, em parceria com órgãos reguladores, implementem tecnologias de verificação de identidade que impeçam o cadastro e a participação de menores nesses ambientes", observa Felipe Magrim.
"A segurança e a privacidade dos dados dos apostadores, devem ser tratadas como cruciais, e merecem muita atenção. Além do estabelecimento de regras para o funcionamento dessas empresas e mecanismos de proteção a menores, a regulamentação permitirá um maior controle sobre as operações das casas de apostas, tornando este mercado mais seguro e transparente”, diz Magrim.
(Foto: Reprodução/Uol)