Relatórios de empresa apontada por Textor são insuficientes para comprovar manipulação
O Conselho da Europa, organismo de Direitos Humanos do Continente, apontou que a metodologia utilizada pela empresa Good Game, contratada por John Textor, dono da SAF do Botafogo, não serve como prova de manipulação de resultados. Para chegar a tal conclusão, uma pesquisa foi conduzida de 2017 a 2019 com os dados da Good Game e de outras duas companhias, a Footvision e Stats Perform.
Segundo o Conselho da Europa, as análises podem apresentar um caminho para a investigação de atividades suspeitas, mas não podem ser tratadas como prova cabal de irregularidades.
"A análise de desempenho no esporte pode ajudar no combate à manipulação, auxiliando na identificação de jogadores com interesse particular. É importante frisar que as análises atuais não servem como prova por si só, mas podem corroborar investigações mais sérias e consistentes, como apostas suspeitas", declarou o órgão.
“Uma análise de desempenho pode ajudar agentes da lei e outros profissionais que trabalham na integridade do esporte a melhor detectar e provar manipulação em competições. Esses resultados podem apoiar outras informações analíticas ou elementos para alcançar o padrão de prova aplicável. Em qualquer caso, pode representar um ponto importante de início de uma investigação", acrescentou.
O Conselho da Europa ainda apontou em suas conclusões que será preciso mais trabalho para desenvolver metodologias baseadas em dados independentes e empíricos para obter “resultados objetivos”.
O órgão foi responsável pela criação do Grupo de Copenhague, que estuda medidas de prevenção da manipulação de resultados. O Conselho da Europa conta com a colaboração da UEFA.
John Textor apresentou à CPI da Manipulação de Resultados os relatórios da Good Game e já havia denunciado supostas irregularidades que teriam beneficiado o Palmeiras, atual bicampeão brasileiro. Para chegar a tais conclusões, a Good Game baseia-se em analisar jogadores e juízes em vídeos sob os pontos de vista físico, biomecânico e fisiológico. A partir desta análise, um algoritmo trabalha na busca por anomalias praticas por juízes e atletas.
(Foto: Vítor Silva/Botafogo)