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Sportradar notificou CBF sobre possíveis fraudes em mais três jogos da Série A

Sportradar notificou CBF sobre possíveis fraudes em mais três jogos da Série A

Josias Pereira Josias Pereira
Sportradar notificou CBF sobre possíveis fraudes em mais três jogos da Série A
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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi notificada sobre mais três partidas da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado, sob suspeita de manipulação. Vale destacar que nenhuma delas consta na lista de jogos denunciados formalmente pelo Ministério Público de Goiás, com a Operação Penalidade Máxima.

A apuração foi divulgada pelo Estadão, que informou ainda que os possíveis delitos foram flagrados pela Sportradar, que conta com um sistema de monitoramento que reúne Inteligência Artificial e um banco de dados extenso, para detectar irregularidades no esporte. Com contrato de confidencialidade entre as partes, não foram informadas quais as três partidas estão sob suspeita.

Atualmente, entidades do mundo todo de diferentes modalidades esportivas contam com o suporte da Sportradar. No futebol, FIFA, Conmebol, Concacaf, AFC (Ásia) e CBF têm uma parceria com a empresa para detectar jogos suspeitos de fraude. O Brasil, de acordo com levantamento da marca, é recordista de jogos de futebol suspeitos em 2022, com 139 partidas sob suspeita de fraude.

Com o sistema de Inteligência Artificial da Sportradar, é possível verificar as contas de origem das apostas para peneirar até pequenas movimentações. Todas elas são informadas para seus parceiros, como a CBF, o que faz crer que a entidade de futebol sabia dessas movimentações irregulares desde o ano passado.

“A aplicação dessa tecnologia aumentou para mais de 500 a quantidade de dados processados para cada partida que a empresa monitora, incluindo probabilidades, volume de negócios e dados estatísticos relacionados ao jogo. Esse processamento ocorre continuamente ao longo do ciclo de vida dos mercados de apostas de uma partida de futebol, por exemplo, desde o momento em que é oferecido pela primeira vez até o momento em que termina. Anualmente, isso equivale a analisar 30 bilhões de mudanças nas probabilidades de mais de 600 plataformas de apostas.”, - informa a Sportradar.

Com essa ferramenta, a empresa está apta a destrinchar probabilidades, volume de apostas e dados estatísticos. Pode ajudar a descobrir fraudes ou movimentos estranhos dos apostadores, como valores altos em uma única aposta, como um jogador qualquer ser expulso ou receber cartão amarelo.

Para além do futebol, ligas importantes de outras modalidades possuem vínculo com a empresa suíça, entre elas as estadunidenses de basquete NBA, a de hóquei no gelo NHL, e a de beisebol, MLB. Além delas, as federações internacionais de automobilismo (FIA), de tênis (ITF), de basquete (Fiba) e o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI), possuem parceria com a Sportradar. Em 2022, foram monitorados 850 mil jogos de 70 esportes em 92 países, sendo que 1.212 dessas partidas ficaram sob suspeita de manipulação, em 12 modalidades, o que representou um aumento de 34% em relação aos números de 2021.

Vale destacar que a Operação Penalidade Máxima não começou por denúncia da CBF, e sim, do presidente do Vila Nova de Goiás, com investigações sobre partidas da Série B do Brasileiro de 2022. Entretanto, se a Sportradar identificou 139 jogos de futebol suspeitos no Brasil no ano passado, e informou à CBF das movimentações estranhas, por que não foi conduzida uma investigação por parte da entidade? De acordo com o Estadão, procurada e questionada sobre isso, a CBF não informou o motivo do seu silêncio.

Tom Mace, Vice-presidente Sênior da Sportradar, que cuida das operações globais da empresa de análise e dados junto aos serviços de integridade por ela prestados, afirmou ao Estadão que relatórios de possíveis fraudes são encaminhados às entidades de esporte, que devem abrir investigação ou encaminhar para que outros setores o façam:

“Quando partidas suspeitas são detectadas no UFDS (programa de inteligência artificial) da Sportradar, um relatório confidencial é escrito por nossos analistas especializados e enviado aos nossos parceiros esportivos, em questão de dias. Esses relatórios descrevem e detalham os padrões de apostas suspeitos, o time suspeito de orquestrar o resultado (se puder ser determinado) e leva a uma investigação mais aprofundada, seja ela liderada pela própria federação esportiva ou repassada para a aplicação da lei. A Sportradar também pode fornecer mais suporte investigativo por meio de nossos Serviços de Inteligência e Investigação.”, - completou Mace.

Ainda, diante de uma movimentação suspeita em sites de apostas, a Sportradar elabora relatórios para seus clientes. Preliminarmente, a empresa envia um texto mais simples, até 24 horas após o jogo nos sites, relatando a suspeita. Alguns dias depois, um relatório mais extenso e detalhado é entregue, unindo as análises técnicas e da inteligência artificial. Entretanto, o analista da Sportradar disse que não é responsabilidade da empresa de dados conduzir investigações, e sim, atuar como perito:

“Além de delinear claramente os dados de apostas suspeitas e as razões analíticas pelas quais uma partida foi classificada como suspeita, nossos relatórios como padrão contêm possíveis pistas de investigação, como jogadores, árbitros e treinadores de interesse potencial. Nós podemos apoiar nossos parceiros com as próprias investigações quando solicitado. De fato, a Sportradar tem participado como perito em casos ocorridos no Brasil em diversas ocasiões durante a última década, ajudando as autoridades policiais e os procuradores do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) a entender melhor os casos sob investigação. No entanto, não é nosso papel ou atribuição como provedor de serviços decidir e conduzir investigações formais.”, -explica Mace.

Ainda, de acordo com levantamento da Sportradar, em 2022, houve 152 jogos no Brasil, de diferentes modalidades, suspeitos de manipulação de resultados nas casas de apostas. O país lidera o ranking com o maior número de partidas sob suspeita, dividindo o pódio com Rússia (92) e República Checa (56), entre os países que contam com o serviço de monitoramento da empresa de dados e estatísticas esportivas. O esporte com mais partidas listadas como suspeitas é o futebol (139), seguido por basquete e tênis.

De acordo com a Sportradar, a empresa contribuiu para 89 sanções em diferentes casos de manipulação de resultados no Brasil, desde 2016. O Iranduba, do Amazonas, foi rebaixado, multado e suspenso nesse ano, após a descoberta de fraude, na derrota por 7 a 0 para o Amazonas, no Campeonato Amazonense. Em 2015, o Atlético Sorocaba perdeu para o Santo André por 9 a 0, em um duelo do Campeonato Paulista Sub-20, o que resultou na condenação de 11 pessoas, a dez anos e oito meses de prisão, pelo aliciamento de jogadores e dirigentes. Ainda, no tênis, Diego Matos foi banido da modalidade por envolvimento na venda de resultados de seus jogos.

“De fato, seis clubes de futebol foram multados ou rebaixados a partir dos nossos relatórios de monitoramento de apostas fornecidos aos nossos parceiros. Oitenta e três indivíduos também foram sancionados em casos apoiados pelo Sportradar Integrity Services, sendo a maioria deles sanções esportivas, como proibições e multas. No entanto, também houve 27 detenções, bem como 15 prisões em casos que utilizaram nossas evidências.”, - finalizou Mace.