VaideBet aciona cláusula anticorrupção e rompe contrato milionário com Corinthians

A casa de apostas VaideBet acionou a cláusula anticorrupção e decidiu pela rescisão unilateral do contrato de patrocínio máster firmado com o Corinthians no início do ano. A decisão do operador se dá após a abertura de investigação da Polícia Civil sobre supostos pagamentos de comissão a uma empresa "laranja" 

A plataforma entendeu que as denúncias afetavam sua imagem e reputação frente a clientes e também perante o setor. A empresa já havia notificado o Corinthians sobre a possibilidade de rompimento no último dia 27 de maio. 

"A vinculação do nome da VaideBet com o presente escândalo envolvendo a diretoria do Corinthians e a intermediadora tornam a presente relação contratual excessivamente onerosa para o patrocinador, na medida que vincula a marca a uma situação negativa, causando desprestigio, potencial prejuízo e risco de baixo retorno do investimento realizado na entidade desportiva”, disse a VaideBet na ocasião. 

A disputa envolvendo o fim do acordo pode chegar aos meios jurídicos. Existe um entendimento de que o encerramento se deu por justa causa. Desta maneira, a VaideBet poderia se negar a indenizar o Corinthians pela rescisão. As partes discutirão o pagamento da multa de 10% do valor restante do contrato, que equivale a R$ 30 milhões. 

Relembre o caso 

Em sua coluna no site UOL Esportes, o jornalista Juca Kfouri apresentou denúncias sobre a intermediação do contrato firmado entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet. A empresa responsável por intermediar o negócio é a Rede Social, que tem como proprietário Alex Cassundé, membro ativo da campanha de Augusto Melo à presidência do Timão no ano passado.

De acordo com Kfouri, Cassundé é uma pessoa muito próxima a Sergio Moura, diretor de marketing licenciado do Corinthians. O executivo, inclusive, teria indicado Cassundé para a campanha de Melo. Apesar das relações, teoricamente, não apontarem para algo mais, as investigações de Kfouri sugerem conflitos de interesse e favorecimentos, tendo como principal foco o contrato de patrocínio máster firmado entre o clube paulista e a casa de apostas VaideBet.

Isso porque a empresa Neoway, que teria recebido diretamente um pix de R$ 580 mil da Rede Social, teria um endereço de fachada em um co-working na Avenida Paulista e a sócia do estabelecimento, Edna Oliveira dos Santos, seria, portanto, uma laranja. A mulher vive em condições precárias no Jardim Caraminguava, em Peruíbe, São Paulo, e não possui nenhum conhecimento sobre o assunto, Além disso, o endereço da Neoway na junta comercial também seria de fachada.

As denúncias de Kfouri chamam atenção para dois pagamentos de R$ 700 mil aprovados por Marcelo Mariano, diretor administrativo do Corinthians, à Rede Social, somando, portanto, R$ 1,4 milhão. As movimentações foram feitas em um espaço de três dias, algo pouco fora do normal para um clube que vem sofrendo com dívidas e outras obrigações financeiras como o Corinthians. Mariano justifica que todos os pagamentos foram feitos com emissão de notas e pagamento de impostos à Rede Social.

Todavia, como aponta o jornalista, a legitimidade destes pagamentos dentro do cenário do cenário atual do clube paulista levanta suspeitas. Neste cenário de suspeitas, a Polícia Civil de São Paulo abriu uma "Investigação Preliminar Sumária" no dia 27 de maio. Depois desta etapa, a polícia pode pedir a abertura de inquérito. 

Veja abaixo o comunicado oficial da VaideBet: