Veja detalhes dos jogos investigados por manipulação em quatro Estaduais em 2023
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A Operação Penalidade Máxima movimentou o mundo do futebol durante toda a semana. O que antes parecia ser uma investigação de jogos do Campeonato Brasileiro da Série B de 2022, chegou em partidas da Série A do ano passado, que também são suspeitas e estão sendo investigadas. Além disso, cinco partidas de quatro Campeonatos Estaduais de 2023 também estão sob investigação.
Segundo o Ministério Público de Goiás, os jogos dos Campeonatos Estaduais de 2023 que estão sendo investigados são: Goiás x Goiânia, pelo Campeonato Goiano; Caxias x São Luiz, e Esportivo x Novo Hamburgo, pelo Campeonato Gaúcho; Luverdense x Operário, pelo Campeonato Mato-Grossense; e Guarani x Portuguesa, pelo Campeonato Paulista.
Campeonato Goiano - Goiás 2 x 0 Goiânia
Pela 10ª rodada do Campeonato Goiano, o Goiás venceu o Goiânia, por 2 a 0, no dia 12 de fevereiro. O MP investiga os jogadores do Goiânia por derrota parcial no primeiro tempo. O Goiás foi para o intervalo já com o placar de 2 a 0, com gols aos 4 e aos 44 minutos.
“O que tivemos era uma aposta de R$ 80 mil com parte de valores para que os jogadores do Goiânia assegurassem a derrota do Goiânia no primeiro tempo, atletas que ainda dependem da investigação. Não podemos confirmar nem negar nomes. –, explicou o promotor Fernando Cesconeto.
O Presidente do Goiânia, Alexandre Godoi, comentou que achou estranha a postura do time, que levou o primeiro gol logo no início do jogo:
"Nós achamos, no jogo, que tinham alguns jogadores abaixo. Inclusive, (no intervalo), desci no vestiário para conversar com alguns jogadores, conversar com a comissão técnica, para fazer alguma mudança, que a gente via lá de cima que o time não tava realmente querendo jogar. Hoje é complicado a gente falar que não desconfia de ninguém. A gente vê um jogo na TV, por exemplo, e a gente imagina 'Pô, essa cara tá comprado! Pô, esse cara tá fazendo alguma coisa errada! Será que ele tá vendido, será que ele tá fazendo escanteio, será que ele tá fazendo cartão amarelo?'.", - finaliza Godoi.
Vale destacar que, para essa ação de derrota parcial no primeiro tempo, os aliciadores precisariam da adesão de vários atletas, não apenas de um, como acontece em crimes de punição por cartão, por exemplo. Ainda, vale lembrar que Romário, um dos investigados por suposta manipulação na última rodada da Série B de 2022, atuou pelo Goiânia no Campeonato Goiano esse ano.
O jogador, que à época estava no Vila Nova, afirmou que foi procurado por aliciadores, mas como não foi escalado para o jogo entre Vila Nova e Sport, indicou seu companheiro de equipe, Gabriel Domingos, para cometer o pênalti que lhe foi pedido. Segundo investigações, os dois atletas teriam dividido o valor oferecido. No entanto, vale ressaltar, durante a partida entre Goiás e Goiânia, o atleta já não estava mais no clube goiano.
Campeonato Gaúcho - Caxias 3 x 1 São Luiz
Já pelo Campeonato Gaúcho, também no dia 12 de fevereiro, o Caxias venceu o São Luiz, por 3 a 1, pela 7ª rodada da competição. As investigações apontam que um jogador do São Luiz teria sido aliciado para cometer um pênalti. Durante o jogo, Jarro, do São Luiz, cometeu um pênalti, que foi convertido em gol, aos 18 minutos do primeiro tempo.
O São Luiz afirmou que não irá se manifestar sobre o assunto por não ter sido notificado. Quando a investigação foi deflagrada, na última terça-feira (18), o clube estava com um presidente interino. Já o Caxias, entendeu que não deve se manifestar sobre o caso, já que a suspeita não recai sobre nenhum atleta do clube.
Campeonato Gaúcho - Esportivo 0 x 0 Novo Hamburgo
A outra partida do Gauchão investigada é o empate sem gols entre Esportivo e Novo Hamburgo, também na Rodada 7, mas que aconteceu um dia antes, em 11 de fevereiro. A suspeita é que um jogador do Novo Hamburgo teria sido aliciado para cometer um pênalti. Na partida, Nikolas, do Novo Hamburgo, cometeu pênalti pouco antes dos 30 minutos do segundo tempo.
O presidente do Novo Hamburgo, Jerônimo Freitas, informou que manteve contato com a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e o Ministério Público, para apurar as suspeitas ainda durante o estadual, mas que até agora nada foi comprovado. O clube diz que também repudia tais atitudes e que segue à disposição para colaborar com as autoridades.
Já a FGF, divulgou uma nota oficial, comentando sobre as investigações, e citou a parceria de monitoramento que possui com a Sportradar:
"A Federação Gaúcha de Futebol - FGF informa que tomou conhecimento sobre os desdobramentos da operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, pelas notícias veiculadas na imprensa. A FGF possui parceria com a empresa de dados Sportsradar, que visa a integridade das ações esportivas, com monitoramento global de movimentações em mercados de apostas. Qualquer denúncia nesse sentido recebida pela FGF é repassada aos órgãos competentes para investigação: Polícia Civil, Ministério Público e TJD. Na semana passada, a diretoria da FGF esteve reunida com membros da Delegacia Regional de Polícia Judiciária da Polícia Federal com o intuito de estabelecer, também com essa autoridade, uma adequada troca de informações visando a integridade das suas competições."
Mato-Grossense - Luverdense 0 x 2 Operário de Várzea Grande
Enquanto isso, também no dia 11 de fevereiro, pela Rodada 6 do Campeonato Mato-Grossense, o Operário de Várzea Grande venceu o Luverdense, fora de casa, por 2 a 0. A suspeita nesse jogo está relacionada com o aliciamento de jogadores para determinado número de escanteios totais, assim como uma certa quantidade de escanteios apenas no primeiro tempo. Ao final da partida, foram concedidos 7 escanteios para o Operário, e 8 para a equipe do Luverdense.
Por meio de notas oficiais divulgadas nas redes sociais, o Operário de Várzea Grande, e o Luverdense, adotaram o mesmo posicionamento. Disseram que, embora haja comprovação de práticas desleais no esporte, acreditam que isso não tenha ocorrido em seus respectivos elencos.
Veja as notas, que foram publicadas nas redes sociais dos clubes:
Os comunicados ainda dizem que as diretorias estão aptas a colaborar com as investigações das autoridades e, caso necessário, punir os responsáveis.
A Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF), por sua vez, emitiu nota oficial, acerca do suposto caso de manipulação na partida:
“Em relação à Operação Penalidade Máxima, a Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF) vem a público reforçar sua posição integralmente contrária a qualquer ato criminoso que envolva esquema ou manipulação de resultados de partidas. A entidade ainda reforça que em todas as competições que organiza, preza pela transparência, e condutas antidesportivas ferem princípios básicos e inegociáveis da instituição, como a ética e a moral. A (FMF) também coloca-se à disposição das autoridades para colaborar no que diz respeito à investigação e acompanha atentamente o desenrolar dos fatos.”
Campeonato Paulista - Guarani 2 x 1 Portuguesa
Já pela 7ª Rodada do Campeonato Paulista, no dia 8 de fevereiro, o Guarani venceu a Portuguesa por 2 a 1. A investigação aponta que nesse jogo, um jogador foi aliciado para o recebimento de cartão amarelo durante a partida. Três cartões amarelos foram distribuídos durante o jogo. Para a Portuguesa, Thallyson foi advertido aos 15 minutos do primeiro tempo, enquanto Diogo Marzagão recebeu a punição aos 44 do segundo tempo. Já para o Guarani, Leandro Vilela foi advertido com o cartão amarelo aos 33 minutos do segundo tempo.
Victor Ramos, um dos investigados pelo MP-GO, atualmente na Chapecoense, atuou em todo o confronto pela Portuguesa, mas não foi advertido com cartão. O Guarani não comentou sobre a investigação, e o clube informou que não foi notificado sobre qualquer apuração. Já o Ministério Público de São Paulo informou que apenas prestou apoio logístico na operação e que toda a investigação está centralizada pelo MP-GO.
Continuidade das investigações do MP-GO
De acordo com Fernando Cesconeto, promotor do Ministério Público de Goiás, os valores para o cometimento das infrações pelos jogadores girava entre R$ 70 mil a R$ 100 mil.
“São partidas que temos indícios, que houve promessa ou entrega de benefícios. Para configurar o crime, basta a promessa de vantagem esportiva. Na primeira fase (da operação Penalidade Máxima, que investigou os jogos da Série B), vários atletas foram ouvidos e prontamente negaram qualquer tipo de negociação, cortavam o assunto logo na raiz. Essa parece continuar sendo a regra entre os jogadores” -, completou Cesconeto.
Essa semana, o MP-GO, em parceria com autoridades de outros estados, realizou uma operação para cumprir três mandados de prisão preventiva e mais 20 mandados de busca e apreensão. A operação abrange seis estados e 16 cidades, e investiga jogadores, aliciadores e cooptadores. Não há, até o momento, suspeitas sobre árbitros, clubes ou dirigentes.
Em Goiás, um atleta está sendo investigado; no Rio Grande do Sul, há três investigados, dois deles sendo atletas; já em Santa Catarina, são dois atletas os investigados; enquanto no Rio de Janeiro, há uma pessoa investigada, que não é atleta. Já em Pernambuco, dois atletas são investigados; e em São Paulo, foram emitidos dez mandados de busca, sendo dois para atletas, além de três prisões, contra aliciadores.