Palpite: NFC Wild Card - Seattle Seahawks x San Francisco 49ers - NFL Playoffs - 14/01

Abrindo os playoffs da NFL, Seattle Seahawks e San Francisco 49ers, equipes rivais na NFC West, se enfrentam no Levi's Stadium pelo Wild Card da NFC. A partida terá transmissão ao vivo para o Brasil pela ESPN2.

Local do evento: Santa Clara - Califórnia

Rivais de divisão, as equipes se enfrentaram duas vezes nessa temporada e os 49ers venceram e cobriram o handicap nos dois confrontos. As duas partidas terminaram em under.

No Levi's Stadium, a temperatura será de 12°C, com umidade do ar em 76%. Céu nublado e com 81% de chances de chuva durante a partida.

Após a troca que levou o quarterback Russell Wilson aos Denver Broncos, era esperado que os Seahawks (Seed #7 da NFC) entrassem em reconstrução, mas com boas performances de Geno Smith, a equipe surpreendeu, vencendo dois jogos a mais do que na última temporada e conquistando uma vaga nos playoffs em uma enfraquecida NFC West. O time terminou com campanha de 9-8 W/L, ficando em 2° na NFC West, com 4 vitórias a menos do que os campeões da divisão e adversários nesse Wild Card, os San Francisco 49ers.

Com a missão de substituir o quarterback Russell Wilson, trocado para os Denver Broncos na última offseason, Geno Smith se adaptou bem ao ataque do coordenador ofensivo Shane Waldron e foi uma das grandes surpresas dessa temporada, conduzindo um forte ataque aéreo de Seattle e terminando com rating de 100.9, 5° maior marca da liga entre os quarterbacks. Smith, no entanto, caiu de produção na reta final da temporada, terminando com rating abaixo de 90.0 em três dos últimos cinco jogos, tendo lançado 5 de suas 11 interceptações da temporada, nas cinco últimas semanas. A linha ofensiva, que conta com dois tackles novatos, Charles Cross e Abraham Lucas, foi abaixo da média na proteção ao quarterback, pressionado em 21,6% dos dropbacks e que sofreu sacks em 7,4% deles. Juntos, Lucas e Cross permitiram um total de 16 sacks na temporada, enquanto o center Austin Blythe, também teve dificuldade na proteção, com os guards Damien Lewis e Gabe Jackson sendo os pontos fortes da OL. DK Metcalf e Tyler Lockett formam uma das melhores duplas de wide receivers da liga e tiveram grande contribuição para a ótima temporada de Geno Smith, combinando para: 174 recepções, 2,081 jardas e 15 touchdowns. Além dos dois wide receivers, Smith também utiliza bastante o trio de tigh ends, Noah Fant, Will Dissly e Colby Parkinson, com o running back novato Kenneth Walker III, sendo uma opção em passes curtos. Dissly em especial, foi um alvo bastante confiável para Smith durante a temporada, produzindo rating de 131.2 para o quarterback quando alvejado, tendo agarrado 89,4% dos passes lançados em sua direção. Dissly, porém, se lesionou em uma partida contra os Chiefs na semana 16 e desfalcará a equipe nos playoffs, assim como o wide receiver Marquise Goodwin, que funcionou como uma opção para passes em profundidade antes de ser colocado na lista de inativos devido a uma lesão no ombro.

Sem o lesionado Rashaad Penny e com uma queda de produção do novato Kenneth Walker III, os Seahawks tiveram dificuldade para estabelecer o jogo terrestre nas últimas partidas, ainda que tenham terminado a temporada com números acima da média no jogo terrestre, com médias de: 120,1 jardas terrestres por jogo e 4,8yds por tentativa de corrida. Uma escolha de 2° round no último draft, Walker III se transformou no principal running back do time, terminando a temporada com: 1,050 jardas e 9 touchdowns, com média de 4,6ysd por carregada, mas apesar de ter corrido para mais de 100 jardas em cada um dos três últimos jogos, Walker III teve média superior a 4,1yds em apenas dois dos últimos sete jogos em que esteve em campo. Geno Smith é móvel e capaz de auxiliar o jogo terrestre através de scrambles, enquanto DeeJay Dallas, que teve boas performances nos últimos jogos, serve como running back de apoio na equipe. Com Waldron utilizando várias formações com dois ou três tigh ends, o sistema de bloqueios para o jogo terrestre funcionou bem durante a temporada, com os corredores da equipe, percorrendo 3,3ysd em média antes de sofrerem contato.

A defesa, comandada pelo coordenador defensivo Clint Hurtt, com supervisão do head coach Pete Carroll, terminou com a 8° maior média de pontos permitidos por jogo, com 23,6. Com boas performances do cornerback novato Tariq Woolen, uma escolha de 5° rodada no último draft e que acabou eleito para o Pro Bowl, com 16 passes desviados e 6 interceptações na temporada, a defesa foi mediana contra o passe, limitando os quarterbacks a um rating médio de 87.3 e permitindo que apenas 62,7% dos passes fossem completados. Os Seahawks utilizam poucas formações de blitz, mas isso não impediu que o pass-rush fosse eficiente na temporada, com Uchenna Nwosu e Darrell Taylor combinando para 19 sacks e com a defesa conseguindo sacks em 7,6% dos dropbacks adversários, 8° melhor marca da liga. A equipe não contará com o linebacker Jordyn Brooks, que se lesionou na semana 16 e que está fora dos playoffs. Brooks liderou o time em tackles na temporada regular, mas vinha sendo um dos pontos fracos da defesa, desperdiçando tackles com frequência e sendo vulnerável na cobertura, com os quarterbacks explorando passes pelo meio contra Seattle. O safety Ryan Neal, listado como questionável para essa partida, será uma baixa considerável caso não possa atual, além de ter feito um bom trabalho na cobertura, Neal serviu como apoio ao front-seven na contenção ao jogo terrestre, principal problema da defesa de Seattle, que permitiu média de 4,9yds por tentativa de corrida dos adversários na temporada. Shelby Harris, Poona Ford, Quinton Jefferson e Al Woods, deveriam formar uma forte rotação na linha defensiva, mas apenas Harris e Woods estiveram bem contra a corrida esse ano, enquanto Jefferson e Ford, foram dominados por seus bloqueadores na maioria das jogadas de corrida dos adversários.

Godwin Igwebuike assumiu os retornos de kickoffs para a equipe na reta final da temporada e produziu média de 28yds por retorno, enquanto DeeJay Dallas foi menos efetivo nos retornos de punt, com média de 7,3yds por tentativa. Comandado pelo coordenador Larry Izzo e com Nick Bellore como destaque, o special team dos Seahawks se saiu muito bem na cobertura dos chutes nessa temporada, limitando os oponentes a médias de apenas: 20,9yds nos retornos de kickoffs e 5,9yds nos retornos de punt. O kicker Jason Myers, foi um dos destaques de sua posição, tendo convertido 34 de 37 tentativas de field goal, indo 6/6 em chutes para mais de 50 jardas, com o acerto mais longo vindo em uma tentativa de 56 jardas. O punter Michael Dickson, também teve um bom ano, se destacando pelo alcance de seus chutes, que viajaram 48,5yds em média. Dickson também apresentou boa precisão, chutando apenas 3 touchbacks em 17 partidas.

Após terem entrado nos playoffs da última temporada através de uma vaga de wild card, os 49ers (Seed #2 da NFC), emergiram como uma das grandes forças da NFC nessa temporada. A equipe venceu suas últimas dez partidas disputadas e precisou lidar com a perda de seus dois principais quarterbacks, Trey Lance e Jimmy Garoppolo, ambos lesionados, com Brock Purdy, Mr irrelevant do último draft, assumindo a titularidade na posição e mantendo o time competitivo. Os 49ers terminaram a temporada com recorde de 13-4 W/L e conquistaram a NFC West, terminando com a 2° melhor campanha geral da NFC. Os 49ers tiveram a tabela mais fácil da liga na temporada regular.

Mr irrelevant do último draft, o quarterback Brock Purdy ganhou a titularidade nos 49ers após as lesões de Trey Lance e Jimmy Garoppolo e esteve surpreendentemente bem nas 9 partidas que realizou pela equipe. Purdy não apenas manteve o ataque efetivo, como teve números gerais melhores do que Garoppolo, que vinha conduzindo bem o ataque por mais um ano. No sistema do head coach Kyle Shanahan, focando em passes rápidos e curtos e com o sistema de bloqueios montado para faciltar com que os recebedores produzam jardas após as recepções, Purdy completou 67,1% dos passes, com média de 8,1yds por tentativa, lançando para 13 touchdowns, com apenas 4 interceptações, terminando a temporada com rating de 107.3 em comparação a 103.0 de Garoppolo, que atuou em 11 partidas. O quarterback conta com excelente proteção da linha ofensiva, que permitiu sacks em apenas 5,7% dos dropbacks nessa temporada, 10° menor marca da liga. O left tackle Trent Williams, é o destaque da OL e permitiu apenas um sack em 871 snaps na temporada, sendo um dos melhores da posição na proteção ao quarterback, Jake Brendel e Daniel Brunskill estiveram bem no interior da OL, com o guard novato Spencer Burford e com o righ tackle Mike McGlinchey, sendo os pontos fracos na proteção. Também uma opção de alvo no jogo aéreo, o fullback Kyle Juszczyk, é outro que pode ser utilizado na proteção ao quarterback e esteve bem quando desempenhou a função durante a temporada. Tendo atuado em todos os 17 jogos nessa temporada, o wide receiver Brandon Aiyuk foi a principal opção de alvo para os quarterbacks de San Francisco e teve a melhor temporada de sua carreira, com 78 recepções, 1,015 jardas e 8 touchdowns. O tigh end George Kittle, permaneceu confiável e foi acionado principalmente na red zone, liderando o time com 11 touchdowns. Veloz e versátil, Deebo Samuel foi uma opção principalmente em passes curtos, conquistando 8,8yds em média após as recepções. O running back Christian McCaffrey e os wide receivers Jauan Jennings e Ray-Ray McCloud III, também são possíveis alvos para Purdy, com McCaffrey tendo anotado 4 touchdowns em recepções desde que chegou ao time vindo dos Panthers na trade deadline.

O sistema de Kyle Shanahan, é bastante equilibrado entre corridas e passes e o jogo terrestre ainda foi parte importante do ataque da equipe, especialmente após a chegada de Christian McCaffrey e do retorno de Elijah Mitchell, que havia se lesionado na semana 01 em uma partida contra os Chicago Bears. Pelos 49ers, McCaffrey realizou 11 jogos, anotando 6 touchdowns terrestres e produzindo média de 4,7yds por carregada, enquanto Mitchell, teve média de 6,0yds por carregada em 5 partidas. Além da dupla, o novato Jordan Mason, ganhou espaço no ataque nas últimas semanas e esteve bem em suas tentativas, podendo ser utilizado como running back de apoio, enquanto o wide receiver Deebo Samuel, segue sendo envolvido no jogo terrestre e teve média de 5,5yds por tentativa de corrida. O fullback Kyle Juszczyk, é uma opção de corredor de força para descidas curtas e conquistou 5 first downs em 7 tentativas de corrida na temporada. Com o apoio dos tigh ends: George Kittle, Ross Dwelley, Charlie Woerner e Tyler Kroft, utilizados como bloqueadores extra em alguns snaps, a linha ofensiva fez um ótimo trabalho na abertura de espaços para o jogo terrestre, com destaque para o right tackle Mike McGlinchey, que falhou na proteção durante a temporada, mas que esteve muito bem nos bloqueios para as corridas.

Comandada pelo coordenador defensivo DeMeco Ryans, candidato a head coach por algumas equipes para a próxima temporada, a defesa dos 49ers permitiu média de apenas 16,3pts por jogo nessa temporada, menor marca da liga. Junto a defesa dos Steelers, os 49ers lideraram a liga em interceptações com 20 e também recuperaram 10 fumbles. Destaque da defesa e coração do pass-rush, Nick Bosa terminou a temporada com 56 pressões e 18,5 sacks, sendo a principal ameaça da equipe aos quarterbacks adversários. Charles Omenihu e Samson Ebukam também foram capazes de gerar pressão sobre os quarterbacks e combinaram para 9,5 sacks. Na secundária, o cornerback Charvarius Ward e o safety Tashaun Gipson Sr., dois reforços da equipe para essa temporada, foram os destaques. Ward permitiu recepções em apenas 56,8% dos passes lançados em sua direção, enquanto Gibson terminou a temporada com 5 interceptações. Deommodore Lenoir, no entanto, permitiu algumas recepções longas e quarterbacks completaram 67,1% dos passes lançados na direção do jogador. Uma das surpresas da equipe, o safety Talanoa Hufanga foi eleito ao Pro Bowl, mas teve mais impacto na contenção ao jogo terrestre do que na cobertura. Hufanga foi um dos maiores contribuintes para a excelente defesa contra o jogo terrestre, com a equipe permitindo média de apenas 3,4yds por tentativa de corrida dos adversários, melhor marca da liga junto a dos já eliminados Tennessee Titans. Além de Hufanga, os linebackers Fred Warner e Dre Greenlaw foram parte importante no combate a corrida, com Nick Bosa também fazendo um bom trabalho na linha defensiva.

Ray-Ray McCloud III é um dos melhores retornadores de chutes da liga e produziu boas posições de campo para o ataque através dos retornos, com médias de: 23yds em tentativas de kickoffs e 10,8yds nos retornos de punt. George Odum se destacou como jogador de special team, interrompendo alguns retornos, mas no geral, a cobertura dos chutes foi apenas mediana. O kicker Robbie Gould, converteu 27 de 32 tentativas de field goal, indo 2/2 em chutes para mais de 50 jardas. O punter Mitch Wishnowsky, teve alcance abaixo da média, mas se destacou pela precisão, com 52,5% de seus punts, posicionando o adversário na linha de 20 jardas ou menos de seu próprio campo, maior marca da liga.

Lesões

Seattle Seahawks

Jamal Adams (S, Inativo), Joey Blount (S, Inativo), Jordyn Brooks (LB, Inativo), Ben Burr-Kirven (LB, Inativo), Xavier Crawford (CB, Questionável), DeeJay Dallas (RB, Questionável), Will Dissly (TE, Inativo), Isaiah Dunn (CB, Inativo), Dee Eskridge (WR, Inativo), Cullen Gillaspia (LB, Inativo), Marquise Goodwin (WR, Inativo), Shelby Harris (DT, Questionável), Phil Haynes (G, Questionável), Travis Homer (RB, Inativo), Darryl Johnson (LB, Inativo), Josh Jones (S, Inativo), Bryan Mone (DT, Inativo), Tyler Ott (C, Inativo), Rashaad Penny (RB, Inativo), Alton Robinson (DE, Inativo), Tyreke Smith (LB, Inativo) e Cody Thompson (WR, Inativo).

San Francisco 49ers

Kalia Davis (DT, Inativo), Jimmy Garoppolo (QB, Out), Maurice Hurst (DT, Inativo), Trey Lance (QB, Inativo), Jordan Matthews (TE, Inativo), Emmanuel Moseley (CB, Inativo), Hassan Ridgeway (DT, Inativo), Ambry Thomas (CB, Out) e Jason Verrett (CB, Inativo).

A Linha

Linha Projetada: San Francisco 49ers -7,5
Total Projetado: 48,5

Registros: Seahawks 7-10 ATS e 8-9 O/U, 49ers 11-6 ATS e 9-8 O/U.

A linha foi aberta em 49ers -10 e caiu para -9,5 em alguns sportbooks. 67% das apostas até o momento, vieram no handicap dos 49ers.

O total foi aberto em 43,5 e caiu para 42 ao longo da semana. 55% das apostas até o momento, vieram no under.

Onde está o valor?

Minha projeção de linha, sugere que o favoritismo dos 49ers em -10 é um pouco exagerado, mas enquanto isso pode ser verdade considerando os números totais produzidos por essas equipes na temporada, não parece ser verdade no momento. Geno Smith foi incrível durante a maior parte da temporada, mas ele piorou consideravelmente na reta final, assim como o jogo terrestre da equipe, que foi menos produtivo desde o retorno da bye week na semana 12. Aliás, os Seahawks tiveram recorde de apenas 3-4 W/L após a bye week, enquanto San Francisco encaixou 10 vitórias consecutivas.

Por experiencia, sei que quarterbacks substitutos em geral, são capazes de sustentar boa produção por algum tempo, especialmente em ataques bem formados, como é o caso da unidade comandada por Kyle Shanahan, mas a amostragem de Brock Purdy já é suficientemente grande para ser confiável e ele não apenas foi um substituto adequado para Jimmy Garoppolo, como também teve melhores exibições do que o antigo titular.

Tenho San Francisco como a melhor equipe entrando nos playoffs e apesar da minha projeção não mostrar valor, entendo o favoritismo elevado do time nesse jogo e gosto deles, mesmo na linha atual de -10.