25 milhões apostam semanalmente e movimentam R$ 120 bilhões por ano no Brasil
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O Ministério da Fazenda informou que regulamentará e taxará o segmento de jogos e apostas no Brasil em breve, de acordo com o Ministro Fernando Haddad, no início do mês. A estimativa atual é de que, aproximadamente 25 milhões de brasileiros apostem semanalmente, movimentando no país, cerca de R$ 120 bilhões por ano.
“O Brasil é um país em que se torce muito pelo futebol. E com a popularização das apostas esportivas, agora se torce, e se aposta também.”, - afirmou Magnho José, Presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL).
Vale destacar que, atualmente, o Cuiabá é a única equipe da Série A do Campeonato Brasileiro que não possui patrocínio de uma empresa de apostas. Além dos uniformes dos clubes, os operadores aparecem nas placas dos gramados, e em propagandas na TV, portais, e nas redes sociais. Sendo assim, parte do lucro dos sites vai para a publicidade:
“A gente estima que o movimento deste mercado já esteja em R$ 120 bilhões, em valores brutos. Dentro desse cenário, R$ 12 bilhões estão sendo para pagar mídia e garantir a rentabilidade das operações.”, - comentou Magnho José.
Vale lembrar que as apostas esportivas foram legalizadas no país pela lei 13.756/18, em dezembro de 2018, pelo então presidente Michel Temer. A lei previa dois anos para a regulamentação, mas o governo Bolsonaro não cumpriu o prazo. As plataformas continuam operando no Brasil (a estimativa, segundo José, é que existam mais de mil sites atuando no país), mas com representações no exterior e não sendo taxadas pelo governo:
“A omissão gerou explosão de oferta de jogo não regulado. As bancas de apostas na rua nem têm como dimensionar. Mas, hoje, a gente tem praticamente 90% do mercado na mão de 7 a 8 empresas maiores.”, - comenta José.
Em nota, o Ministério da Fazenda informou que uma Medida Provisória sobre o setor será encaminhada à Casa Civil. Ainda não há previsão de datas. A MP vai permitir que o ministério inicie a normatização da atividade, regulamentando todas as exigências para o funcionamento dos sites, normas de tributação, publicidade, fiscalização de integridade esportiva e financeira de apostas no país.
“Só vão poder ficar empresas que têm saúde financeira e condições de operar dentro das regras. Uma série de normativas vão estabelecer requisitos, inclusive para coibir que as casas sejam usadas para lavar dinheiro.”, - finalizou o Presidente do IJL.
Uma pesquisa recente elaborada pelo Instituto Paraná Pesquisas mostrou que 55,2% dos brasileiros são favoráveis à taxação das apostas online.
“Para os jogadores, é uma segurança maior ainda saber que está com uma empresa licenciada, (significa que) é uma empresa séria. A gente é favorável à regulamentação, mas estamos aguardando para ver como o governo vai trabalhar essa questão da taxação. Que não seja uma taxação que iniba o próprio mercado, como a gente teve na França. Acredito que o Brasil vá adotar uma medida mais inteligente do que isso.”, - comentou o Diretor de Negócios da EstrelaBet, Fellipe Fraga.
Vale destacar que, na França, a tributação é de 2% sobre o valor bruto, o que equivale a aproximadamente 35% sobre o valor líquido das casas, taxa considerada alta no setor.
Marcos Sabiá, CEO do Galera.bet, afirma que após a regulamentação, os investimentos aumentarão no Brasil. Segundo ele, o atual limbo jurídico acaba levando as empresas a operarem no exterior:
“Traremos estruturas de tecnologia, que serão importantes para a geração de empregos e de transferência de conhecimento. Queremos uma relação de longo prazo com o país.”
O Galera.bet integra a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), criada em 15 de março, para representar as casas de apostas esportivas no Brasil e fomentar boas práticas no setor, como jogo responsável, proteção de dados dos usuários e prevenção de ações ilícitas no mercado.
(Foto: Pexels/Daniel Dan)