Apostas milionárias em Trump levantam debate sobre integridade nas eleições dos EUA
A possibilidade de apostas nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, vem levantando um debate no país sobre a possível influência que as probabilidades das plataformas podem ter nos eleitores.
- Tribunal pode abrir caminho para apostas legais nas eleições nos EUA
- Betfair aponta Brasil como quinto país que mais aposta em Trump nas eleições dos EUA
De acordo com a Polymarket, uma das principais plataforma de apostas políticas nos Estados Unidos, as eleições presidenciais deste ano já teriam movimentado, somente em outubro, cerca de US$1,2 bilhão (R$ 7 bilhões) no site da operadora. No momento, a plataforma aponta Donald Trump como o favorito, com 61,3 % de vitória, enquanto Kamala Harris apresenta 38,7 % de vencer.
No entanto, segundo uma pesquisa recente da NBC, há um empate técnico entre os dois candidatos, que aparecem com 48 % de chances de vitória.
Manipulação nas odds influenciariam os eleitores
A discrepância nas porcentagens traz um alerta sobre uma possível manipulação envolvendo as plataformas de apostas, que influenciariam o resultado das eleições. Segundo a plataforma BetInfo, um usuário da Polymarket, Fredi9999, teria realizado uma aposta de mais de US$ 20 milhões (R$ 116 milhões) na reeleição de Donald Trump, o que poderia influenciar as odds e, consequentemente, a opinião pública.
De acordo com um usuário do X, identificado com Domer, as contas na Polymarket receberiam depósitos muito grandes da Kraken, plataforma de cripto, e apostam em Trump de vários lugares. De acordo com Domer, os valores altos apostados em Trump estariam elevando a porcentagem de vitória do candidato republicano.
O portal também aponta que algumas contas supostamente teriam recebido depósitos de US$ 1 milhão (R$ 5,8 milhões) e de US$ 500 mil (R$ 2,9 milhões) para apostas estratégicas a favor de Donald Trump.
Cabe destacar que, após acordo com a Comissão de Comércio de Futuros (CFTC), a Polymarket não oferece mais serviços de apostas nas eleições estadunidenses nos EUA , mas o mercado segue aberto para o resto do mundo. Enquanto isso, a plataforma de apostas Kalshi, diante de um painel de juízes, que avaliavam seu pedido para lançar mercados de previsões políticas nos EUA, defendeu a regulamentação como forma de se prevenir possíveis riscos à integridade. As infomações são da CoinDesk.
"A coisa mais importante que quero dizer é que a maneira de reduzir esse risco é permitir que os mercados da Kalshi ofereçam as apostas, porque, agora mesmo, essa atividade está acontecendo e sendo relatada aos eleitores com base em mercados que não são regulamentados, que são abertos a comerciantes estrangeiros, que não têm vigilância, Se isso estivesse acontecendo na plataforma da Kalshi, teríamos todo esse conjunto de disposições regulatórias que se aplicam", defendeu a casa de apostas.
Apesar de temores relacionados a um possível temor de que o mercado de apostas possa alimentar a desinformação, vale destacar que não há provas concretas de que as apostas estariam prejudicando o processo democrático nos EUA.
Musk e os cheques de U$S 1 milhão (R$ 5,8 milhões) para eleitores
Recentemente, o empresário Elon Musk, afirmou que as odds das casas de apostas com relação às eleições presidenciais são mais certeiras que as pesquisas, "já que existe dinheiro de verdade em jogo”. O empresário também se vê envolvido em polêmica que coloca em risco a integridade das eleições, já que vem oferecendo U$S 1 milhão (R$ 5,8 milhões) para eleitores que apoiarem Trump.
Musk tem dado os cheques de forma aleatória a pessoas que assinam uma petição prometendo apoio à liberdade de expressão e aos direitos das armas nos EUA. Cabe destacar que a oferta é válida somente para eleitores registrados nos sete estados chave para os resultados das eleições: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
A poucos dias da eleição, um promotor na Filadélfia vem tentando impedir os sorteios de Musk, mas um juiz da Pensilvânia informou que não daria andamento imediato a uma ação judicial, de acordo com u Uol. O processo segue em espera e não deverá ser resolvido até as eleições de terça-feira (5).
(Foto: Carta Capital/Reprodução)