Apostas esportivas e longevidade financeira: qual a relação?
A bet365 é uma das maiores casas de apostas do mundo. Tem mais de 90 milhões de clientes e a maior cobertura de eventos. A empresa atua no Brasil por décadas e é reconhecida mundialmente.
As apostas esportivas têm sido duramente criticadas por quem considera apostar uma prática que irreversivelmente leva ao vício e ao endividamento.
São riscos reais, claro, para quem aposta de forma descontrolada, descuidando da gestão de banca, se deixando levar pelo calor do impulso, das emoções, da sensação estimulante que uma aposta vencedora pode gerar.
Mas não necessariamente é assim, quando se tem responsabilidade e equilíbrio, praticando o jogo responsável. Quem aposta com cautela fica menos sujeito aos efeitos das séries negativas, pois todos podem passar por sequências de derrotas, as famosas bad runs.
E quem estuda, se informa, se especializa e acompanha de perto os eventos para apostar (jogos, times e torneios) fica mais próximo de ver o lado oposto da moeda: ganhos consistentes e banca em crescimento, mesmo que a passos lentos.
Se esses ganhos acumulados serão suficientes para o apostador retirar parte do dinheiro de vez em quando, sem prejuízo da banca necessária para seguir apostando, aí depende do sucesso e da consistência de cada um. Porém, ele vai conviver com a tranquilidade de não precisar ficar depositando, repondo dinheiro, pois terá uma banca sustentável, que após qualquer período de tempo, com suas vitórias e derrotas, continuará permitindo a rotina de apostas.
Apostas com educação financeira
O perfil descrito acima é um feliz caso de apostador com educação financeira, conhecimento que infelizmente não está ao alcance de todos. Se a sociedade brasileira quer lutar com todas as armas contra o jogo irresponsável, a ludopatia e o endividamento dos apostadores, precisa considerar a educação financeira nesse pacote de ações combinadas.
Nesse sentido, o Instituto de Longevidade MAG traz uma ideia interessante, propondo a destinação de parte da tributação sobre as bets (conforme a nova lei de apostas, que passa a vigorar em 2025) ao fomento de ações de educação financeira e previdenciária.
"Se a dívida histórica da nossa sociedade com a educação é grande, tanto maior o é com esse setor em particular. É verdade que décadas de instabilidade econômica e monetária não ajudaram a criar mentalidade e hábitos previdentes em nossa população. Mas a falta de conhecimento tampouco facilita: 9% dos jogadores encaram as apostas como investimento, e 25% a consideram uma forma de buscar dinheiro rápido.
A exemplo da Loteria Federal, que destinou em 2023 R$ 9,2 bilhões para áreas sociais diversas, a reversão de parte da arrecadação das bets para ações de educação financeira seria uma forma de não apenas mitigar os riscos da prática de apostas, mas, de fato, estimular mudanças estruturais na sociedade brasileira", afirma Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade MAG, associação sem fins lucrativos idealizada pela MAG Seguros que estuda os impactos socioeconômicos do envelhecimento e oferece soluções para auxiliar a conquista da longevidade financeira.
Para quem nunca ouviu falar de longevidade financeira, ele explica: "Na essência, a longevidade financeira pressupõe que os anos a mais de vida, proporcionados pelo aumento da expectativa de vida, devem ser acompanhados de um patrimônio que também perdure por mais tempo e que seja capaz de promover a segurança financeira, indispensável para a qualidade de vida na maturidade".
Servidor público desde 1993, Gleisson atuou por 25 anos como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, ocupando diversos cargos de liderança na administração pública federal, incluindo Secretário-Executivo e Secretário de Gestão no Ministério do Planejamento, Presidente da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e Secretário de Gestão na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
(Foto: Dziana Hasanbekava/Pexels)