CEO da SIGA urge por regulamentação das apostas e diz que Brasil está atrasado
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Especialista em integridade no esporte e CEO da SIGA (Sport Integrity Global Alliance), o português Emanuel Macedo de Medeiros esteve no Brasil na última semana para colaborar com o debate sobre a regulamentação das apostas no país.
Medeiros pediu urgência na regulação, pois, segundo ele, a legislação e a fiscalização sobre as apostas são essenciais para combater a manipulação de resultados e a lavagem de dinheiro no setor.
“Sem a abertura regulada do mercado, nós abrimos a porta ao jogo clandestino, ao jogo ilegal, à infiltração das máfias e o que isso representa de negativo para a sociedade e para a economia. Portanto, regulação adequada, moderna e eficaz, é essencial. Antes tarde do que nunca. Isso significa que o Brasil, em muitos aspectos, está há cinco ou mais anos, atrasado.” - disse Medeiros, em entrevista ao ge.
“É um debate que é fundamental para o futuro do futebol nesse país. É quase paradoxal e incompreensível que esse debate ainda esteja em curso quando já vi ser concluído uns 20 anos atrás nas principais nações e ligas. Eu urjo os governos e todas as partes interessadas a pôr de lado aquilo que os divide.”, - continua o português.
Vale lembrar que, no início do mês, o Ministério da Fazenda entregou ao Presidente Lula o texto da Medida Provisória que visa a regulamentar as casas de apostas no Brasil. Entretanto, na semana passada, o Presidente da Câmara, Arthur Lira, pediu ao Governo Federal um Projeto de Lei com regime de urgência para regulamentar as apostas, e não mais uma MP.
De acordo com Medeiros, mesmo após o atraso na regulamentação, o Governo brasileiro está agindo de forma adequada:
“Acredito que o Governo tem as melhores intenções. O ímpeto reformista que o Governo, o Congresso e o Senado têm demonstrado são bons indicadores que o momento da reforma chegou. É preciso que essas reformas sejam adequadas e eficazes para os desafios que temos pela frente. Que o Brasil aprenda com as melhores soluções, mas também com os erros cometidos por outros.”
O especialista cita como mau exemplo de regulamentação os Estados Unidos, que priorizaram os dividendos econômicos. Emanuel Macedo de Medeiros ressalta que a credibilidade do esporte tem de ser colocada em primeiro lugar para evitar escândalos de manipulação de resultados ou de lavagem de dinheiro:
“Como é que entidades que não estão licenciadas no Brasil podem oferecer serviços de apostas esportivas neste território nem com critério, nem com preocupação para salvaguardar os menores de idade, que são extremamente vulneráveis e sensíveis e merecem uma proteção reforçada? Não se sabe a origem do dinheiro, não se conhecem os últimos beneficiários, os donos, qual é a empresa, quem é que está por trás dessa empresa, quem são os acionistas, os verdadeiros donos dessas empresas que estão situadas em offshores.”
Ao regulamentar o funcionamento das casas de apostas no Brasil, o Governo pretende impedir e até criminalizar os serviços de operadores sediados em paraísos fiscais. Esse é um caminho para evitar o jogo ilegal e proteger os apostadores contra situações de vício.
Outro ponto que o português enfatizou foi que os interesses econômicos não devem prevalecer sobre a verdade no esporte, pois sem verdade, o esporte perde sua essência e credibilidade, afetando a confiança dos torcedores e patrocinadores.
“Está em jogo a credibilidade de todo um setor econômico que tem taxas de crescimento anuais sem precedentes, com enorme potencial, mas com enormes desafios. Quando se fala em apostas esportivas, normalmente se associa aos piores receios e aos escândalos que têm vindo a público. Mas sempre pensei que as batalhas são ganhas por antecipação. Isso significa que temos que ter um quadro legislativo e regulamentar adequado, moderno, ágil e eficiente.”, - finaliza o CEO da SIGA.
(Foto: Marcos Guerra/Divulgação)