Coaf aponta aumento de alertas de atividades suspeitas ligadas às apostas
Na tarde da última segunda-feira (11), durante audiência pública sobre o impacto das bets no Brasil, realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), um dos expositores, representante do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), informou que o órgão de monitoramento reportou um aumento nos alertas de atividades suspeitas ligadas ao setor de apostas.
O relato foi feito por Rafael Bezerra Ximenes de Vasconcelos, diretor de supervisão do Coaf, que informou que o crescimento nos alertas de possíveis fraudes relacionadas às apostas apareceram especialmente em Malta e em Gibraltar. Vale lembrar que os dois territórios costumam abrigar operadoras de apostas online e, segundo o Coaf, apresentam fragilidades no combate à lavagem de dinheiro.
Vasconcelos afirmou que os alertas de atividades suspeitas incluem apostas realizadas por pessoas sem capacidade financeira compatível e também por pessoas públicas, ques estão expostas politicamente. Segundo ele, nos últimos dois anos, o número de alertas de unidades de inteligência financeira (UIFs) estrangeiras para a UIF brasileira sobre transações em apostas chamaram a atenção.
O diretor de supervisão da Coaf apontou que as apostas podem ser utilizado para lavagem de dinheiro e crimes correlatos, e alertou que, apesar de a lei que regulamenta o setor no país atender a padrões internacionais, é preciso rigor no monitoramento das transações e na comunicação de indícios de crimes.
Durante a audiência, diversos expositores relacionaram os riscos associados aos jogos à falta de regulamentação do setor. O advogado-geral da União, Jorge Messias ,destacou a necessidade de regulamentação das apostas para proteger a população mais vulnerável, enquanto Pietro Cardia Lorenzoni, representante da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) afirmou que a culpa não é da bet, mas da ausência de regulamentação.
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