Existem muitas e variadas interpretações a respeito do jogo compulsivo. Um jogador compulsivo é descrito como uma pessoa, onde o jogo causou contínuos e crescentes problemas nos aspectos da sua vida. Trata-se de uma doença, progressiva por natureza, que não pode ser curada, mas pode ser detida.
Cresce o número de jovens apostadores compulsivos que buscam ajuda no país
A proposta dela é ser a casa da galera. Se você quer apostar em esportes e e-sports, e se divertir com jogos de cassino emocionantes, precisa conhecer a Galera.bet.
Os Jogadores Anônimos (JA), uma associação que tem por intuito acolher pessoas que querem resolver os problemas com jogos, relatou um aumento considerável de jovens a procura de ajuda para combater a compulsão, em Belo Horizonte. A JA, que surgiu nos Estados Unidos, conta com grupos em vários países além do Brasil, como Argentina, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Grã-Bretanha.
A mudança no perfil dos jogadores compulsivos
Um representante dos Jogadores Anônimos de Belo Horizonte, que pediu para não ser identificado, disse que, desde o início da pandemia, cresceu bastante o número de jovens que buscam ajuda, após perceberem que são jogadores compulsivos. Segundo ele, o perfil dos frequentadores do grupo mudou, com muitos deles sendo levados pelo incentivo dos pais:
“Quase toda semana entra um pedindo ajuda. Chegou um agora que não tinha nem 18, (que é a ) idade do meu filho… Eu já estou lá há 21 anos. Antes eram pessoas que frequentavam bingo, muitos aposentados. Hoje estão chegando muito cedo, aos 20, 21 anos. Gente mais nova que não se via chegar ao grupo dez anos atrás.”
Segundo o representante da entidade, além da facilidade de acesso aos jogos, já que hoje é possível fazer tudo de forma online, sem a necessidade de deslocamento até um estabelecimento clandestino, a explosão da publicidade de casas de apostas na TV aberta pode ter influenciado esse público:
“Não tem propaganda de outra coisa: qualquer horário em qualquer emissora.”, - opina, referindo-se ao marketing dos operadores de apostas esportivas. Ainda, o representante do JA vê com desconfiança a iniciativa do governo de regulamentar os jogos, já que, segundo ele, “cobrando imposto, eles vão aumentar a propaganda ainda mais.”
Enquanto isso, Hermano Tavares, fundador do Programa Ambulatorial do Jogo Patológico (Pro-Amjo) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), também relata uma mudança no perfil dos atendimentos no local, que tem recebido cada vez mais jovens:
“Antigamente vinham mais paciente de video poker, video bingo, em torno de 45 anos de idade. Agora chegam pacientes, mais do sexo masculino, com (cerca de) 35 anos, com essa queixa de apostas online.”
Questionada a respeito de números oficiais desses acompanhamentos, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte informou que não há registros específicos sobre o atendimento às pessoas com compulsão por jogos. Já o Ministério da Saúde, não respondeu.
Questão de políticas públicas e de responsabilização pelos operadores de jogos
Por outro lado, o especialista em casas de apostas, Caio Bitencourt, acredita que a regulamentação das operadoras de jogos pode favorecer na prevenção do surgimento de novos jogadores compulsivos, desde que as empresas tenham mecanismos para restringir contas de apostadores problemáticos:
“Mas só isso não basta, é preciso políticas de prevenção e de saúde pública, similares às feitas com álcool e demais drogas legais (como o cigarro).”, - defende o especialista.
Vale destacar que alguns sites de apostas que operam no país já possuem políticas de prevenção, como é o cado do Galera.bet, que disponibiliza informações sobre o jogo responsável em sua página. Além disso, o jogador consegue gerenciar a utilização do serviço, com ferramentas para a limitação de tempo de jogo, de apostas e de perdas. Há ainda a possibilidade de bloqueio ou mesmo de autoexclusão.
“Nossos colaboradores de atendimento ao cliente também são treinados para identificar e acolher jogadores com problemas com apostas, oferecer as opções possíveis e fazer o devido encaminhamento do caso.", - afirma Marcos Sabiá, CEO do Galera.bet.
Ninguém vai perder sozinho, todo mundo vai perder
O especialista Caio, que tem 25 anos, conta que descobriu o universo das apostas online cedo, nos anos 2000, pela curiosidade em conhecer quem patrocinava os clubes no futebol internacional, já que ele “queria saber o que era Bwin do Real Madrid e do Milan”. Ele conta ainda, que, normalmente, só aposta valores baixos, entre R$ 2 e R$ 5, para se divertir sem comprometer o orçamento:
“Uma crítica que tenho ao modelo do boom das apostas esportivas é quando o jogo, algo que pode ser sobre ganhar e perder, vira uma expectativa irreal de fonte de renda. Sou bem crítico quanto a isso, uma vez que o lucro não é para todos.”
Já o administrador de imóveis Windson Alves, de 51 anos, que entrou recentemente para o universo das apostas por influência dos sobrinhos de 21 e 22 anos, e já chegou a lucrar R$ 2.000, “fazendo um dinheirinho de bobeira”, é contra um dos jovens da família, querer construir carreira na área:
“Eu não concordo muito porque, querendo ou não, é um jogo. Não é igual eles acham, que vão ganhar sempre. É difícil a pessoa quebrar a banca.”
O empresário Pedro Henrique Trindade Lucas, que tem 38 anos, e aposta desde os 20, tendo começado com pôquer e depois, seguiu nas apostas esportivas, afirma que somente os mais disciplinados e estudiosos conseguem realmente ganhar dinheiro.
“A grande maioria dos apostadores, perde.”
Como obter ajuda
Vale lembrar que, no Brasil, a pessoa com compulsão por jogos pode receber tratamento na rede SUS, por meio de Políticas de Saúde Mental. Além disso, há diferentes opções de tratamentos em cada município. Belo Horizonte, por exemplo, conta com oito Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAMs) e cinco Centros de Referência em Saúde Mental - Álcool e outras Drogas (CERSAMs-AD).
Já o grupo dos Jogadores Anônimos tem reuniões presenciais em Belo Horizonte, São Paulo, Santos, Mauá (SP), Rio de Janeiro, Niterói, Nilópolis, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. Além disso, também são realizadas reuniões virtuais, via Zoom. Mais informações podem ser obtidas no site jogadoresanonimos.com.br. Vale destacar que não há cobrança dos participantes, o único requisito para fazer parte do grupo é o desejo de parar de jogar.
“Antes de chegar aos Jogadores Anônimos, muitos jogadores compulsivos consideram-se moralmente fracos. O jogador é a última pessoa a se dar conta do problema. Familiares e amigos, geralmente são incentivados na busca de ajuda e recuperação. Se você tem algum conhecido, com problemas de jogo, encaminhe-o para Jogadores Anônimos.” - mensagem no site do JA.
(Foto: Pexels/Craig Adderley)