São Paulo aposta em compliance para evitar manipulação de resultados no clube
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Com os recentes casos de manipulação de resultados no futebol brasileiro visando ao lucro com apostas esportivas,o São Paulo resolveu implementar normas severas de compliance. As novas regras no tricolor paulista, que passam por orientações sobre como lidar com apostas esportivas de maneira ética e responsável, envolvem não apenas os jogadores, mas também os demais funcionários do clube.
A medida visa a afastar o São Paulo dos escândalos recentes de manipulação no futebol, que afastaram jogadores das equipes brasileiras, por manipularem resultados das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, além de jogos de campeonatos estaduais pelo Brasil.
“Não queremos sequer que aconteça a suspeita de participação em manipulação. Depois da Penalidade Máxima, estamos trabalhando internamente para evitar qualquer situação que coloque qualquer pessoa relacionada ao São Paulo em suspeita. A melhor prática, na nossa opinião, é a vedação de apostas em quaisquer eventos desportivos com participação do São Paulo. Válido para qualquer atleta, colaborador e dirigente", destacou o Diretor Jurídico do clube, Roberto Soares Armelin, em entrevista à Veja.
Vale destacar que a Operação Penalidade Máxima foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás e denunciou vários atletas, que seguem sendo julgados pelo STJD. Com isso, muitos clubes estão investigando a reputação de empresas e marcas antes de fechar patrocínios ou parcerias. O São Paulo optou por não inserir marcas do segmento de apostas nos uniformes das categorias de base. Vale lembrar que a equipe profissional do clube paulista mantém acordo de patrocínio com a casa de apostas Sportsbet.io.
“Do ponto de vista do compliance, os clubes têm optado por patrocínio de casas de apostas que possuem controles internos sólidos e medidas efetivas de prevenção à lavagem de dinheiro. Ter a certeza de que o terceiro realizará verificações de documentos e beneficiários finais, traz uma tranquilidade adicional para o clube”, disse Luciana Silveira, Chief Compliance Officer da Neoway, empresa de Data Analytics e Inteligência Artificial da B3, à Veja.
Ainda, vale lembrar que o setor de jogos e apostas se tornou uma importante fonte de renda para os clubes. Hoje, 19 dos 20 clubes na Série A contam com casas de apostas como patrocinadoras. Enquanto isso, a MP que regulamentou as apostas no Brasil, também destacou uma série de normas com relação a quem pode apostar, estabelecendo uma proibição para que jogadores, técnicos e árbitros, não possam realizar apostas no país.
(Foto: Miguel Schincariol/Saopaulofc.net)