Representante da Sportradar destaca integridade e monitoramento na CPIFUTE; veja
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A CPIFUTE, que investiga a manipulação de resultados no futebol brasileiro envolvendo apostas esportivas, ouviu, na terça-feira (5), Juan Matias Méndez, representante da Sportradar Integrity Service na América Latina. Méndez informou aos deputados, de forma didática, sobre o trabalho de detecção e combate à manipulação de resultados desenvolvido pela empresa. Ainda, ele destacou que apostas em cartões, escanteios e pênaltis são a minoria nas plataformas, e que não deveria ser o foco da CPI acabar com esses mercados.
Méndez, com o auxílio de slides, apresentou o trabalho da Sportradar, que é parceira de entidades e confederações pelo mundo, como FIFA, Conmebol e CBF. Além disso, a empresa mantém acordos de integridade com federações brasileiras, como a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), a Federação Paraense de Futebol (FPF) e a Federação Cearense de Futebol (FCF). Ainda, a Sportradar é parceira de mais de 600 casas de apostas no mundo, analisando mais de 900 mil jogos anualmente, por meio de algoritmos e modelos matemáticos próprios, com o auxílio de Inteligência Artificial.
“Atualmente, fornecemos dados para mais de 900 casas de apostas, como probabilidades, cotações, quando o jogo vai acontecer e resultados de partidas. E também atendemos empresas de mídia, ligas, federações e empresas de transmissões em todo o mundo”, destacou.
Segundo ele, é possível detectar irregularidades no mercado ao se observar um volume vultuoso de apostas, que evidenciam uma provável prática irregular. Ainda, Méndez destacou,, para algum deputado que ainda insista no equívoco, que “as casas de apostas não são as organizações que manipulam resultados de jogos”. Inclusive, ele destacou que as operadoras são clientes da Sportradar porque tem o interesse que resultados não sejam manipulados. Ainda, Méndez afirmou que a maioria das apostas em partidas manipuladas acontecem em plataformas esportivas operando na Ásia.
"A manipulação de resultados é um cancro e tem de ser combatida por todos os lados. É um tema sério e que envolve organizações criminosas contra o esporte e contra as casas de apostas. Educação e investigação devem estar na ponta do trabalho para coibir essa prática e reforço que as casas de apostas não são as organizações que manipulam jogos”, destacou.
Ele disse também que cerca de 99 % dos jogos analisados pela Sportradar não levantam suspeitas, mas os que se mostram suspeitos, quase na totalidade apresentam infrações.
“Ao longo de nossa história nesse segmento de detecção e combate à prática, já identificamos quase nove mil casos suspeitos que, investigados, foram comprovados. Somos o principal fornecedor mundial no que tem a ver com integridade e quando apontamos uma suspeita é porque a manipulação efetivamente aconteceu”, comentou.
Segundo Méndez, todos os casos suspeitos são relatados de forma confidencial à entidade contratante, seja ela uma liga, confederação ou casa de apostas, para que as ações sejam tomadas. Vale destacar que a Sportradar não encaminha denúncias, ela informa às contratadas, para que estas tomem uma posição. No entanto, ele destacou que a manipulação de resultados é um problema mundial e que a empresa trabalha "há muitos anos nisso e temos a mesma preocupação que os senhores”, se referindo aos deputados. Segundo Méndez, a "educação e prevenção são outras ferramentas importantes que disponibilizamos”.
Vale destacar que a Sportradar mantém acordo de monitoramento com a CBF desde 2017, e, após uma paralisação do contrato devido à pandemia, o vínculo foi renovado em 2022, sendo válido até 2025. No Brasil, a empresa monitora os campeonatos nacionais e a primeira divisão dos campeonatos estaduais, que são reportados à CBF. Além disso, ele destacou que "todos os dados suspeitos nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil são reportados à FIFA”.
Uma intensa discussão após a divulgação da Operação Penalidade Máxima, que descobriu irregularidades envolvendo apostas em lances individuais, é sobre se esse tipo de aposta deveria ser proibida, como é possível que aconteça na Inglaterra. Segundo Méndez, a proibição não deveria ser o foco da CPI, já que o grande volume de apostas não é nesse tipo de ação, pois “apostas em cartões, escanteios ou pênaltis são muito pequenas em relação a outros mercados, como handicap ou 1x2”.
Para assistir, na íntegra, à audiência na CPIFUTE em que Juan Matias Méndez participou, basta acessar aqui.